Emília Teixeira, mãe de Diana Lopes, esteve esta manhã no «Dois às 10» para recordar a curva da vida da filha, começando por falar na doença que a assombrou em criança.
«A Diana tinha 12 anos, nós andávamos em médicos e não havia maneira de descobrir a doença dela. Depois fomos ao hospital de Matosinhos, ao pediatra dela e ele ligou logo para o hospital Maria Pia», recordou.
Emília continuou: «A Diana teve de fazer uma biópsia porque encontraram uns gânglios, que tinham de ser retirados e deu mal. Acho que nos foge tudo dos nossos pés, não conseguimos imaginar a dor que é uma mãe ver que uma filha tem cancro».
«O Dr. só me ligou no dia seguinte e a Diana deu entrada no IPO nesse mesmo dia. O processo demorou mais ou menos um ano e meio, 18 meses. Ela fez 12 ciclos de quimio e fez radioterapia, que lhe afetou os ovários e por isso diziam-lhe que ela nunca poderia ser mãe», acrescentou.
Depois de superada a doença, a mãe de Diana Lopes recorda então a gravidez da filha, anos mais tarde. «Numa noite de São João, eu também fui, ela liga-me e eu digo: “já bebeste uns copinhos hoje, não estás nada bem” e ela disse que estava bem. Depois, pelos vistos o pai do meu neto levou-a a casa e as coisas acontecem».
«No dia anterior à Diana entrar no hospital de Matosinhos, ela queixava-se que lhe doía o fundo das costas. Ela ficou em minha casa, eram 7h liga-me o meu filho: “mãe, anda aqui que a Diana está a bater mal”. E eu fui ao quarto e ela disse que não aguentava as dores nas costas e na barriga».
«E ela disse: “traz-me um pijama porque eu acho que é uma recaída da minha doença” e eu respondi: “se for preciso alguma coisa a mãe vem buscar”. Fomos ao hospital de Matosinhos, eu não podia entrar. Passado uma hora liga-me: “mãe, estou grávida” e eu disse “como assim se não podes ser mãe? Eu já vou para aí”».
Emília continuou: «Entrei no hospital, ela já estava a soro e voltei a perguntar: “Como assim tu estás grávida?” e ela respondeu: “mãe, eu não estou grávida, estou gravidíssima, o bebé vai nascer hoje”. Passámos logo para obstetrícia e eu só pedia a Deus que o Afonso fosse saudável, porque foi uma gravidez que nunca foi vigiada».
«Foi um choque, mas ao mesmo tempo foi uma bênção para todos nós», rematou Emília Teixeira.