Professores deslocados que receberem uma das 29 casas do Governo vão poder decidir se a partilham ou não

Professores deslocados que receberem uma das 29 casas do Governo vão poder decidir se a partilham ou não - TVI
Habitação (Manuel de Almeida/Lusa)

Governo anunciou que vai disponibilizar 29 casas para professores deslocados na região do Algarve e Grande Lisboa. Medida visa "prioritariamente" os docentes, mas pode "abranger também profissionais de saúde deslocados”

Os professores que vierem a receber uma das 29 casas previstas no protocolo assinado entre o Ministério da Educação e o Ministério da Habitação, anunciado na quinta-feira, vão poder ocupá-las sozinhos, com a respetiva família ou partilhá-la com colegas. A informação foi avançada à CNN Portugal pelo Ministério de João Costa e pelo Ministério de Marina Gonçalves.

“São apartamentos de várias tipologias e fica ao critério dos professores que receberem estes alojamentos a partilha ou não com outros professores ou então ser para si e o seu agregado familiar”, avança o Ministério da Educação, numa resposta a questões colocadas pela CNN Portugal.

Na mesma nota, e questionado como serão atribuídas as 29 casas (15 em Portimão e 14 em Lisboa), o Governo sublinha que “o regulamento está a ser ultimado e será publicado brevemente”, mas adianta que “os professores vão poder inscrever-se, haverá alguns critérios, como a distância da residência habitual dos professores, e depois um mecanismo de sorteio semelhante a programas que existem de renda acessível em alguns municípios”.

As 29 casas podem não ser todas para os professores. Os professores podem ter de dividir estas casas com profissionais de saúde também deslocados, já que o programa é “prioritariamente para professores, mas [os apartamentos] poderão abranger também profissionais de saúde deslocados”.

A medida não se vai restringir a estas 29 habitações, já que este "trabalho conjunto" dos dois ministérios "é para continuar, aprofundar e expandir", assegura o gabinete de João Costa. 

O Governo anunciou que vai disponibilizar casas para professores deslocados, tendo sido já identificados 29 apartamentos em Lisboa e Portimão, anunciaram esta quinta-feira os ministérios da Educação e da Habitação.

O protocolo entre o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e a Direção Geral da Administração Escolar (DGAE) foi assinado na quarta-feira, em Portimão, e pretende ajudar à “fixação de docentes deslocados em territórios onde existem dificuldades de acesso a habitação.

Em comunicado divulgado na quinta-feira, os dois ministérios referem que o IHRU já identificou 15 apartamentos no centro da cidade de Portimão e 14 apartamentos em Lisboa.

Esta sexta-feira, vários sindicatos e associações representantes dos professores ouvidos pela CNN Portugal mostraram muitas reservas em relação à medida. Falam de “uma medida propagandística, de instrumentalização da opinião pública”, já que “não resolve coisa nenhuma”, dado o número de professores deslocados e o preço da habitação nas regiões da Grande Lisboa e do Algarve, que ultrapassa em muito o salário auferido por um professor.