Mãe desaparecida é dada como morta quase 20 anos depois

  • Joana Lopes
  • 20 mai, 12:00

Após quase 20 anos sem saber do paradeiro da mãe, António soube que Maria José morreu atropelada em Espanha em 2004. A revelação tardia deixou-o em choque e determinado a descobrir toda a verdade.

Estávamos em 2003 quando António deixou de saber do paradeiro da mãe, Maria José. Durante 19 anos, António viveu na incerteza, alimentando a esperança de que ela regressasse a casa. «Sempre pensei que ela estivesse bem e que viesse a aparecer um dia», confessou António, emocionado. «Fui vivendo na esperança de que ela, um dia, aparecesse aqui...», disse ainda.

A dor da ausência foi acompanhada apenas pelo apoio incondicional da avó materna, figura que se tornou um pilar durante estes anos de silêncio. «A minha avó sente culpa pelo que aconteceu... Vejo nos olhos dela», partilhou António.

A reviravolta no caso chegou com um telefonema. Após quase 20 anos desaparecida, as autoridades espanholas informaram António de um desfecho inesperado e devastador: Maria José havia morrido atropelada em Espanha, no ano de 2004. «Não é ao fim de quase 20 anos que vêm dizer que uma pessoa está morta», desabafou António, visivelmente revoltado.

A notícia caiu como um choque. A mãe de António esteve quase 20 anos morta sem certidão de óbito. Durante quase duas décadas, ninguém informou a família sobre o acidente fatal. António soube apenas recentemente que Maria José tinha sido enterrada em Ponferrada, Espanha. Lá, junto à campa da mãe, António quase desmaiou. A emoção foi esmagadora, mas deixou uma promessa: «Descansa em paz, eu vou descobrir o que se passou, vou até ao fim do mundo».

Hoje, António vive entre o luto e a revolta. Quer justiça, quer respostas, quer saber como e porquê a mãe morreu naquele país, tão longe de casa. «Eu gostava realmente de saber o que se passou com a minha mãe», afirmou. A dor da perda é acompanhada por um sentimento de injustiça e de abandono por parte das autoridades.

O objetivo agora é claro: trazer as ossadas da mãe para Portugal, para que descanse finalmente junto da família que nunca deixou de a procurar.

Apesar do tempo e do sofrimento, António não esquece quem era Maria José: «A minha mãe era muito inteligente e a mulher mais bonita da Terra».

Um desaparecimento que acabou em morte. Uma espera que durou quase 20 anos. E uma promessa: António vai até ao fim para descobrir a verdade.

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