«O normal seria ter-se exaltado ou até ter voltado agredir a mulher, mas nunca partir para este extremo»

  • 30 jun 2022, 06:38

Ao comentar o caso da mulher estrangulada pelo marido no «Dois às 10», a advogada e a psicóloga discordam sobre a avaliação de risco que foi feita no caso.

A psicóloga do «Dois às 10» começa por explicar o perfil deste homicida, o que mata a mulher e em seguida comete suicídio, como um dos mais agressivos. Sendo o perfil que a este se segue o pior de todos, o chamado «perfil exterminador» que pode matar «tudo o que tem em casa».

Joana Amaral Dias é da opinião de que «esta avaliação de perfil foi mal conduzida» :«Se fosse um caso simples de violência doméstica, jamais teria partido de imediato para o homicídio seguido de suicídio», tendo isto acontecido a Otília depois do marido ter visto a carta que apresentava queixa de violência doméstica. A psicóloga prossegue a sua explicação: «O normal seria ter-se exaltado ou até ter voltado a agredir a mulher, mas nunca ter partido para este extremo»

Joana Amaral Dias mostra-se indignada com o desfecho final que esta senhora de idade, Otília, teve: «Como é que isto pode continuar a acontecer? Esta senhora ao ter feito a denúncia que é suposto fazer, a fazer queixa e pedir o divórcio?», reafirmando que a avaliação ao caso não fora a adequada.

Ao ouvir as palavras da psicóloga do «Dois às 10», a advogada Sofia Matos exalta-se e diz que as acusações de Joana Amaral Dias são de uma ingratidão tremenda para quem se encontra nas esquadras a fazer avaliações de risco: «Muitas das vezes, as mulheres que apresentam queixa não conseguem verbalizar a gravidade da situação». Continuando a defender esta posição, a advogada acrescenta: «As pessoas que estão por trás da secretária a avaliar não têm o condão para avaliar o perfil daquela pessoa, face aos factos que lhe são trazidos»

O inspetor Vítor Marques partilha a opinião da advogada. Os profissionais explicam a Maria Botelho Moniz que «não se pode estar sistematicamente a bater no polícia» quando não quando não dá para entender a gravidade da situação e que quando se faz uma avaliação de risco «todas as situações se devem manter em aberto».

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