No «Dois às 10», conhecemos a história de Ricardo Oliveira, professor que se vê desesperado ao encontrar-se sem trabalho e com filha menor autista a necessitar de cuidados.
Nos últimos tempos, são várias as notícias que nos dão conta das dificuldades que os professores encontram quando pedem mobilidade entre escolas por questões de saúde pessoal ou de terceiros. Hoje, conhecemos uma história que representa esta dificuldade que muitos professores enfrentam. Ricardo é professor e pai de duas meninas, uma delas com autismo. Para estar mais perto dos cuidados adequados para a filha, a família mudou-se para Braga, mas, em julho, Ricardo apercebeu-se que tinha havido mudanças neste regime de mobilidade e este pai vê-se agora sem trabalho e sente-se desesperado: «O ministério está a passar uma mensagem terrível, está a desprezar por completo casos como o meu e outros mais graves»
Ricardo explica que só quer trabalhar para dar melhores condições à família e poder dar uma melhor qualidade de vida à filha, uma menina de 9 anos, diagnosticada com autismo. Mas, sem uma escola onde dar aulas, este professor vê-se privado de trabalhar e de poder ajudar quem mais ama, quando questionado sobre o que se segue, Ricardo coloca duas opções:«Abandonar a profissão ou continuar com a profissão e abandonar a família», sendo que a segunda nem é uma hipótese, o professor mostra-se preocupado com o futuro.
Maria Botelho Moniz e Cláudio Ramos revelam ter obtido uma resposta do Ministério da Educação a este caso: «Nas preferências indicadas pelo docente no processo de Mobilidade por Doença não havia capacidade de acolhimento nas escolas identificadas para o seu grupo de recrutamento. Em zonas próximas haveria colocação. Em Guimarães, houve pelo menos uma escola com capacidade de acolhimento para o seu grupo de recrutamento que tinha vaga e que a mesma não foi preenchida.». No entanto, o futuro de Ricardo continua em aberto.