Bernardo tinha apenas cinco anos quando olhou para o pai e disse um das última frases. Momentos depois, o seu coração parou. Onze anos passaram, mas a mãe, Susana, continua a viver às escuras — literalmente. Desde o dia em que perdeu o filho, nunca mais abriu uma persiana em casa.
Foi uma das histórias mais marcantes contadas no «Dois às 10». Susana perdeu o filho Bernardo há 11 anos, mas fala dele como se ainda estivesse por perto. O menino tinha apenas cinco anos quando o coração parou de repente, vítima de um enfarte fulminante.
A tragédia começou numa tarde de verão, em 2013. Bernardo desmaiou na praia e o episódio foi tratado como um simples choque térmico. Mas, ao longo do ano seguinte, o menino teve várias crises que ninguém conseguiu explicar. Susana e o marido procuraram ajuda médica, mas nunca obtiveram respostas concretas.
Até que, num dia que jamais esquecerão, Bernardo olhou para o pai e disse: “Estou cansado, quero ir dormir.”
Foram as últimas palavras do menino. Momentos depois, o seu pequeno coração parou. Desde esse dia, Susana vive num mundo sem luz. Literalmente. Nunca mais abriu uma persiana em casa. “O sol é alegria, e eu não a tenho”, desabafou, emocionada.
O quarto de Bernardo continua intacto — transformado num altar cheio de fotografias, brinquedos e memórias. É ali que Susana conversa com o filho todos os dias, numa tentativa de manter viva a ligação que o tempo não conseguiu apagar.
A dor da perda destruiu o casamento e empurrou Susana para o limite. Em desespero, tentou várias vezes pôr fim à vida, mas diz ter sido salva por um “anjo da guarda”.
Hoje, a mãe encontra força na filha mais velha, que é a sua razão de continuar.
Uma história de amor eterno, de uma mãe que vive à sombra da dor — e da última frase que o pequeno Bernardo deixou gravada para sempre no coração dos pais.