Esta é a memória que assombra Helena desde a morte do marido: «Sei que ele está dentro de um saco de plástico»

  • Joana Lopes
  • 15 mai, 09:44

Helena ainda não conseguiu superar a dor da perda repentina de seu companheiro de toda uma vida.

Helena viveu 52 anos de amor com Rogério, o homem com quem casou ainda jovem, aos 22 anos, depois de quatro anos de namoro. Conheceram-se quando ela tinha apenas 18 anos. Rogério, apaixonado por fotografia e dedicado à família, foi, nas palavras de Helena, «um bom marido, um bom pai e passou a ser um bom avô». A vida juntos levou-os até Angola, onde viveram durante quatro anos e onde nasceu o segundo filho, antes de regressarem a Portugal.

O casal construiu uma vida de cumplicidade, partilha e carinho. Mas a pandemia levou-lhe o companheiro de uma vida a 15 de fevereiro de 2021. «Doeu, doeu, doeu muito», desabafou Helena, recordando aquele dia como uma ferida que continua aberta. Ainda hoje sente a presença de Rogério: «Peço-lhe ajuda todos os dias», confessou. «Ainda hoje o sinto da mesma maneira e as coisas dele estão como ele deixou», disse ainda. O escritório permanece intacto, guarda a camisa do casamento e até a lava de vez em quando.

Viúva há quatro anos, Helena não esquece o momento em que percebeu, instintivamente, que algo de grave estava prestes a acontecer. «Ouvi um estrondo naquela noite. Na hora em que morreu», recorda. Por ser uma mulher de fé, sofreu por não ter podido velar o corpo do marido, mas exigiu uma última confirmação: «Sei que ele está dentro de um saco de plástico… Vai abrir aquele plástico, pôr a cara dele à mostra e depois vai fotografá-lo. Eu tenho de ter a certeza de que ele está ali», pediu ao senhor da funerária

Hoje, Helena vive com o cão Toddy, que Rogério trouxe para casa e com a memória constante do amor da sua vida. Mete a mesa para os dois todas as manhãs, como se ele ainda estivesse ali. «As saudades são a minha companhia. E os meus filhos e os meus netos nunca me deixaram». A história de Helena e Rogério é daquelas que nos recordam que o amor verdadeiro não termina com a morte, apenas muda de forma.

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