Noémia pensava que tinha depressão, mas foi diagnosticada com hipotiroidismo. Hoje, aos 71 anos, vive com medicação e não abranda: é advogada, tem um lar de acolhimento e não pensa em parar.
Em 2001, Noémia pensou que estava a viver uma depressão. Sem energia, sem vontade de falar, comer ou sequer sair do sofá, procurou ajuda médica. Mas o diagnóstico surpreendeu: hipotiroidismo, uma doença silenciosa, de evolução lenta, muitas vezes confundida com perturbações do foro psicológico.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo, o hipotiroidismo é uma diminuição da quantidade de hormonas da tiróide (T3 e T4) em circulação. É uma doença comum e muitas vezes subdiagnosticada.
A tiróide é uma pequena glândula endócrina com cerca de 5 cm de diâmetro, localizada na face anterior do pescoço, por baixo da maçã de Adão. A sua função é produzir hormonas tiroideias. O diagnóstico é fácil: colheita de sangue com doseamento de TSH e T4 livre.
O tratamento do hipotiroidismo faz-se com comprimidos de levotiroxina, que deve ser tomada diariamente em jejum. A dose depende da idade, peso e patologias associadas de cada doente, por isso, deve ser ajustada periodicamente pelo médico responsável.
As hormonas tiroideias são fundamentais para o normal funcionamento do nosso corpo. As hormonas tiroideias contribuem para a regulação de vários mecanismos, como: temperatura corporal, frequência cardíaca, tensão arterial, funcionamento intestinal, controlo de peso e estados de humor.
Sintomas:
A manifestação clínica costuma ser gradual e pouco específica, o que muitas vezes atrasa o diagnóstico. Os sinais e sintomas mais habituais, de acordo com o site dos hospitais CUF, incluem:
- Cansaço persistente
- Pele seca
- Queda de cabelo e fios quebradiços
- Aumento ligeiro de peso
- Fácies opada (expressão facial mais "pesada" ou inchada)
- Intolerância ao frio
- Irritabilidade
- Esquecimento
- Depressão
- Irregularidades menstruais
- Infertilidade