Investigação aponta que o dono da Mango poderá ter sido assassinado. O filho é o principal suspeito

  • Joana Lopes
  • 18 out, 09:00
Isak Andic
Isak Andic

O dono da Mango poderá ter sido assassinado, segundo indicam as últimas investigações. O principal suspeito do alegado homicídio é o próprio filho, que está a ser ouvido pelas autoridades enquanto se apuram as circunstâncias da morte.

A investigação sobre a morte do fundador da Mango, Isak Andic, sofreu uma reviravolta significativa. As autoridades suspeitam agora que o empresário poderá ter sido assassinado, com o filho como principal suspeito.

Segundo o El País, a tese inicial — de que Isak Andic teria morrido na sequência de um acidente na montanha de Montserrat — perdeu força, abrindo caminho para um caso de grande complexidade. A situação ganha ainda mais relevância por se tratar da morte de um dos dez homens mais ricos de Espanha, com uma fortuna estimada em cerca de três mil milhões de euros.

O cenário em análise pelos Mossos d’Esquadra é agora o de um possível homicídio, tendo Jonathan Andic como figura central, uma vez que era a única pessoa presente no momento da morte do empresário.

O incidente ocorreu em 14 de dezembro de 2024, altura em que se pensava que Isak Andic teria caído de um penhasco de 150 metros durante uma excursão.

Embora não existam provas concretas, a investigação encontrou várias incongruências nos depoimentos de Jonathan Andic, um dos herdeiros da fortuna construída por marcas como a Mango. Inicialmente, o caso chegou a ser arquivado pela juíza de primeira instância, mas a polícia decidiu aprofundar a investigação para esclarecer todas as circunstâncias da morte do homem considerado a pessoa mais rica da Catalunha.

Entre os elementos mais estranhos destacam-se a ausência de testemunhas da queda e o facto de o local não ser particularmente perigoso. A juíza decidiu então reabrir o caso, permitindo que os investigadores desenvolvessem uma investigação focada em Jonathan Andic.

Para esta mudança de rumo na investigação, foram determinantes os depoimentos de duas pessoas. Uma delas é, precisamente, Jonathan Andic, o único filho presente no local na altura do incidente.

As declarações pouco consistentes aumentaram as suspeitas de que poderia existir algo mais. O primeiro depoimento foi considerado errático, atribuindo-se o comportamento ao choque, mas o segundo depoimento, mesmo feito mais tarde e com maior calma, também apresentou inconsistências.

Além das contradições, Jonathan Andic descreveu situações que não correspondiam à inspeção realizada no local.

Com estas suspeitas, os investigadores ouviram depois Estefanía Kntuh, golfista profissional e parceira de Isak Andic nos últimos anos de vida. Segundo ela, pai e filho mantinham uma má relação.

Juntando estas duas peças do puzzle, as autoridades decidiram concentrar a investigação na pista de um homicídio, agora em fase de análise mais aprofundada, com a justiça a garantir as condições para que o trabalho prossiga de forma eficaz.

Questionada pelo El País sobre o caso, a família afirmou que não pretende fazer comentários.

Isak Andic foi o fundador da Mango, da qual era principal proprietário. Nascido em Istambul em 1953, mudou-se para Barcelona aos 14 anos, onde começou a demonstrar o seu espírito empreendedor, vendendo roupa feita com tecido turco e transformada em Barcelona.

Depois de algumas vendas com a marca Izak e parcerias com os irmãos Enric e Nahmad, fundou a Mango em 1984, abrindo a primeira loja no Passeig de Gràcia, a rua mais movimentada de Barcelona, conhecida pelas lojas de maior prestígio.

 

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