Apesar das críticas, ela continuou ao lado dele, movida por um amor incondicional.
O programa «Dois às 10», voltou a dar palco a histórias de vida que merecem ser ouvidas. Desta vez, João partilhou o seu percurso marcado por um Angioma Facial, desde a infância até à vida adulta: uma jornada de desafios, resiliência e amor.
Desde o nascimento, a família de João foi apanhada de surpresa com a condição, sem qualquer preparação. Ainda assim, aceitaram a situação com naturalidade e procuraram sempre o melhor para ele.
Durante a infância e adolescência, João enfrentou isolamento social e falta de apoio. «Eu tentava aproximar-me, mas como não havia aquela aproximação da parte do outro, eu ficava no meu canto e para mim estava tudo bem», recordou. Apesar da atitude contida, a dor do afastamento era real e constante.
As tentativas de encontrar soluções médicas foram dificultadas pelos custos elevados. João e a mãe chegaram a recorrer a consultas para explorar possíveis tratamentos, mas os valores eram incomportáveis. Só mais tarde é que João soube da possibilidade de fazer tratamentos a laser. Chegou a iniciar algumas sessões que melhoraram a sua condição, mas teve de interromper devido a compromissos profissionais.
Além do impacto físico, o Angioma Facial teve também reflexos profundos na autoestima e na forma como era tratado pelos outros. A escola e a adolescência foram períodos particularmente difíceis, marcados por preconceito, isolamento e falta de empatia.
Mas a história de João não é apenas de dor. É também uma história de amor verdadeiro e aceitação incondicional.
Ana, a sua companheira, participou também na conversa e partilhou com naturalidade o início da relação com João. Para ela, a condição de João nunca foi um obstáculo. «O João já era assim quando me apaixonei por ele», afirmou, com serenidade. A jovem confessou ter sido confrontada com reações negativas e comentários maldosos: «Como é que tu és capaz de namorar com uma pessoa que tem uma mancha na cara?», disse ter ouvido várias vezes.
Apesar da pressão social, Ana manteve-se firme e seguiu o coração. «Mesmo na escola, isso nunca fez diferença. Era um dado adquirido», garantiu. As amigas questionaram, mas Ana nunca hesitou. O que prevaleceu foi o sentimento, o respeito e a visão clara de que o amor vai muito além das aparências.
A história de João e Ana é um testemunho de coragem, aceitação e resistência ao preconceito. Uma lição de empatia para todos os que ainda julgam com base no exterior. No amor, como na vida. o que realmente importa está muito para além do que se vê.