No Dois às 10, conhecemos a história de Carolina, alguém que nasceu no corpo errado, no corpo de um rapaz
Nasceu João, mas sempre se sentiu a pessoa que é agora, Carolina. Com cinco anos, na altura João, ia para casa da avó e brincava com roupas e maquilhagem: «Foi aí que começou a despertar qualquer coisa, mas estava longe de saber o que significava a palavra transexual».
Crescer no corpo errado já é uma caminhada difícil, que a maioria das pessoas não sente. Como se não bastasse, as crianças conseguem ser muito cruéis e levaram Carolina a uma tristeza extrema: «Foi isso que me levou à automutilação com 11 anos».
Sempre preferiu andar com raparigas e, segundo a convidada, isso já era motivo para lhe fazerem bullying: «Comecei por pensar que era homossexual, depois percebi que havia mais qualquer coisa».
A avó, Maria de Fátima, conta que quando Carolina se vestia com as roupas dela em criança, não tinha a aprovação do pai «O pai dela não gostava. Eu dizia-lhe sempre para tirar tudo antes que o ele chegasse para a vir buscar». No entanto, Maria de Fátima, que não esteve em estúdio mas deu uma entrevista à equipa do «Dois às 10» afirma: «Com os meus 72 anos nunca me fez confusão, amo a pessoa que ela é».