Inquieto, Goucha questiona convidada que sofreu violência doméstica: «Perdoe-me a pergunta, mas tenho de a fazer»

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  • 2 dez 2024, 18:13

Sofia Teixeira, mãe de cinco filhos, partilhou com Manuel Luís Goucha a sua história marcada por uma relação abusiva de 10 anos. Apesar das agressões, Sofia teve três filhos com o alegado agressor, o que levou Goucha a questionar: "Porquê ter filhos com um agressor?"

Sofia Teixeira, de 33 anos, vive no Porto e é mãe de cinco filhos, com idades entre os 10 meses e os 14 anos. A sua história é marcada por uma relação alegadamente abusiva que durou 10 anos, durante a qual sofreu agressões físicas e psicológicas por parte do ex-marido. Sofia conta que os maus-tratos começaram ainda antes do casamento, numa relação que nasceu no seio de uma igreja.

Apesar das dificuldades, Sofia teve três filhos com o alegado agressor, tentando manter a relação pelo bem das crianças, algo que deixou Manuel Luís Goucha perturbado: "Perdoe-me a pergunta, mas tenho de a fazer. Porque é que se tem 3 filhos com um agressor?"

"Já me questionei muitas vezes... A fase em que estava grávida era a fase em que ele me tratava melhor. Era a fase em que eu dizia está aqui alguém que eu quero para a minha vida. Acreditava repetidas vezes que ele ia mudar".

“Quando fiquei doente, os meus filhos foram institucionalizados”

A vida de Sofia tomou um rumo ainda mais doloroso em maio deste ano, quando lhe foi diagnosticado um tumor maligno na tiroide. Submetida a uma cirurgia de urgência, viu-se impossibilitada de cuidar dos filhos no período de recuperação. O ex-marido recusou ficar com as crianças, levando o Tribunal de Menores a decidir pela institucionalização dos três filhos em comum com o alegado agressor.

“Quero recuperar a guarda dos meus filhos”

Determinada a trazer os filhos de volta para casa, Sofia está a trabalhar para reconstruir a sua vida. Vive atualmente com as duas filhas mais novas, uma delas fruto da relação com o atual companheiro, e arrendou recentemente uma casa maior para acolher toda a família. “Ainda faltam as mobílias, mas estamos a organizar tudo para que os meus filhos voltem”, afirma com esperança.

Patrícia Cipriano comenta o caso

Patrícia Cipriano, especialista em casos de violência doméstica, considera a história de Sofia um exemplo das falhas no sistema de proteção. “Há uma necessidade urgente de criar mecanismos que protejam efetivamente as vítimas»

Uma luta por justiça e família

Apesar de tudo, Sofia mantém a esperança de reunir a família. “Estou a fazer tudo para que os meus filhos voltem para casa”, conclui, mostrando que, mesmo nos momentos mais difíceis, é possível lutar por uma vida melhor.

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