A apresentadora Maria Cerqueira Gomes não ficou indiferente à entrevista de Paula Beliz no «Goucha» e reagiu com emoção nas redes sociais.
A história de Paula Beliz, que perdeu toda a família num acidente, emocionou todos e foram várias as reações nas redes sociais, incluindo a da apresentadora Maria Cerqueira Gomes, que escreveu: "Há vidas que são inexplicáveis. De onde vem a força para continuar... A Paula perdeu tudo e passado 4 meses estava de volta ao trabalho. Só me apetece abraçá-la. E sim Paula, vai encontrá-los a todos novamente!".
No dia 6 de junho de 1998, a vida de Paula Beliz mudou para sempre. Um acidente de viação tirou-lhe a mãe, o marido e os três filhos, deixando-a como única sobrevivente. Naquele dia, Paula sentiu que também tinha morrido. O caminho para a reconstrução foi longo, marcado por dor, luta e resiliência. Muitas vezes, questiona-se sobre como conseguiu sobreviver: "Quando se sobrevive a um processo destes, há uma paz que fica em nós, não sei explicar... Partiram todos ao meu lado e tive a honra de estar junto deles quando nasceram e quando partiram".
Escolher Viver
Com o tempo, Paula encontrou novas formas de dar sentido à sua existência. Reformou-se, mas investiu em várias formações de autoconhecimento. Ainda hoje, 26 anos depois, há momentos de grande dor. A fé também a sustenta, esperando o dia em que os vai reencontrar e abraçar: "Sempre imaginei que nos iremos encontrar. Isto não pode acabar aqui, senão a vida não faz sentido"
Paula Beliz é um testemunho de resiliência, uma mulher que, perante uma perda inimaginável, escolheu continuar. Escolheu viver.
O Dia que Mudou Tudo
Tinha 37 anos quando o destino lhe roubou tudo. Os filhos, com apenas 8, 6 e 3 anos, estavam no carro com ela, assim como o marido e a mãe. Durante a viagem, Paula lembra-se de olhar à volta e ver todos a dormir. O carro seguia numa reta quando se despistou e caiu numa vala.
Sobreviveu sozinha. O trauma foi avassalador, mas 26 anos depois conta a sua história impressionante.
O Longo Caminho da Recuperação
Internada durante dois meses após o acidente, Paula teve de reaprender a andar, a comer e, sobretudo, a encontrar uma razão para continuar. Quatro meses depois, voltou ao trabalho. “Mudei de terra, de casa e voltei a dar aulas”, diz. Foi junto dos alunos que encontrou algum sentido para continuar a viver.
A psicoterapia foi essencial para lidar com o luto. Durante três anos, procurou ajuda profissional e integrou um grupo de entreajuda para pais em luto.