No «Goucha», Francisco Santos recorda como foi crescer separado dos pais, devido à doença da lepra.
Francisco dos Santos tem 57 anos e orgulha-se em ser filho de pais leprosos. Porém, esta doença ditou a separação, desde a nascença, entre pais e filhos.
Foi uma infância sem contato físico com os pais, pois falavam através de um vidro.
Na Leprosaria Nacional, Hospital-Colónia, há mais de 40 anos, as crianças eram educadas num mundo à parte.
Francisco esteve no preventório até aos quatro anos, altura em que foi para casa de uma enfermeira do Hospital que tomou conta dele até à maioridade.
O contacto com os progenitores, foi durante alguns anos, na clandestinidade. Em adulto, tentou recuperar o tempo perdido, junto dos pais. Ele considera que a sua infância foi roubada para sempre, provocando traumas irreparáveis.