No «Goucha», Nélia conta que viveu durante muito tempo em sofrimento com a morte da amiga.
Nélia Neves desenvolveu a doença de transtorno de personalidade borderline, devido à vivência de episódios traumáticos de abusos sexuais e uma perda sentida com o suicídio de uma amiga. A convidada admitiu que chegou a sentir-se culpada pelo que aconteceu: «Se tivesse falado, poderia ter evitado»
Nélia pertencia a um grupo de amigas que dormiam na casa umas das outras. Uma noite, mudou a vida de Nélia para sempre. O padrasto de uma amiga entrou no quarto e molestou-a. A convidada explicou que tinha pensado ter sonhado com isto, mas anos mais tarde, aquando do suicídio da amiga percebeu que não. Amiga de Nélia suicidou-se e na carta de despedida explicou que tinha sido abusado por esse mesmo homem.
Quando percebeu, Nélia contactou as autoridades que sem provas não conseguiram condenar o homem. «Ele não chegou a ser condenado, mas tem o nome na lista de abusadores».
Só durante a faculdade, Nélia percebeu o transtorno de personalidade que sofria. Atualmente, tenta anular a doença de forma a não condicionar a sua vida.