Cristiana Barros partilha a sua história marcada por traumas e uma entrada no mundo da prostituição. Descreve os testes que enfrentou na profissão como um processo desumanizador.
Cristiana Barros tem 33 anos e foi acompanhante de luxo. Diz que com 6 anos foi abusada pelo avô dos irmãos e aos 13 anos forçada a ter sexo por um jovem maior de idade. Cristiana cresceu com a mãe, o padrasto e irmãos. Foi boa aluna e casou aos 21 anos para fugir do controlo da mãe. Começou uma relação tóxica, teve um filho num caso extraconjugal e entrou no mundo da prostituição: «Pensei para mim: "já que vos atraio tanto desde criança, agora vão ter de pagar"». Revelou ter pesquisado empresas que podia facilitar a sua entrada deste mundo e conseguiu. Explicou ainda que teve de ser testada, comparando-se até a um carro, para poder fazer parte: "Senti-me um frango. Um pedaço de carne comprado no supermercado que vão vender e testar a validade".
Sem tabus, falou dos valores que recebia e admitiu que o máximo de homens que acompanhou num só dia: 7
Diz que viveu as coisas mais terríveis e arrepende-se de ter entrado nesse mundo: «Nessa vida, por muito que te sintas segura, dona de ti, com dinheiro para as contas e empoderada... tu não és, és um objeto».
Aos 32 anos, decidiu sair e mais tarde caiu numa depressão, descobriu que tinha traços de bipolaridade e chegou a pesar apenas 45 quilos. Tentou reconstruir-se e fazer as pazes consigo própria. Um testemunho impressionante no «Goucha».