Os nove portugueses e lusodescendentes que perderam a vida nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 foram hoje homenageados em Nova Iorque, numa cerimónia que contou com a presença do autarca de Lisboa, Carlos Moedas.
Na cerimónia, em que se assinalaram 23 anos desde os históricos ataques aos Estados Unidos, foram colocadas flores e bandeiras de Portugal junto dos nomes das noves vítimas portuguesas e lusodescendentes que figuram no Memorial do 11 de Setembro, em Manhattan.
À agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, destacou a importância de honrar as famílias dos portugueses e lusodescendentes que morreram nos ataques perpetrados pela Al-Qaida, frisando que são um símbolo da luta pela liberdade, pela democracia e contra o terrorismo.
"O ano de 2001, e este ataque terrorista às Torres Gémeas, foi o começo da polarização do mundo. E, portanto, nós estarmos aqui hoje é, no fundo, dizermos que estamos a lutar para que isto não volte a acontecer, a lutar contra aqueles que não acreditam na liberdade. E se há uma cidade da liberdade, ela é Lisboa, neste ano, que são os 50 anos do 25 de Abril, mais do que nunca", defendeu o autarca.
"E por isso estou aqui a representar os lisboetas nesta hora, nesta dor para estas famílias e todos aqueles que lutaram aqui: os bombeiros, os polícias e todos os funcionários que estiveram aqui naquele dia e que estiveram aqui também hoje, connosco, a representar essa luta contra o terrorismo", acrescentou Carlos Moedas.
Presente esteve também a cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque, Luísa Pais Lowe, que desde 2022 vem dando seguimento a esta homenagem, que começou a ser feita em setembro de 2021, no 20.º aniversário do atentado, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que estava de visita a Nova Iorque para a Semana de Alto Nível da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
"Desde que cheguei a Nova Iorque, em 2022, temos feito esta cerimónia todos os anos. Este ano é particularmente importante termos a presença do presidente da Câmara de Lisboa porque, na verdade, trata-se de uma homenagem que Lisboa está a prestar a Nova Iorque", afirmou à Lusa Luísa Pais Lowe.
A diplomata defendeu ainda a necessidade de se "continuar a chamar a atenção para a prevenção e combate ao terrorismo e violência extrema e, acima de tudo, honrar as vítimas portuguesas, lusodescendentes e suas famílias".
A cônsul-geral recordou os "heróis portugueses" envolvidos no rescaldo dos ataques, em que "polícias, bombeiros, voluntários, jornalistas e toda a sociedade civil portuguesa e lusodescendente se uniu. Porque é disso que os portugueses e os americanos são feitos: de solidariedade, generosidade e entreajuda", frisou Luísa Pais Lowe, realçando que foi precisamente "esse espírito" que foi também homenageado na cerimónia de hoje em Nova Iorque.
Marcaram igualmente presença na cerimónia o novo diretor da AICEP em Nova Iorque, Carlos Moura, a diretora do Turismo de Portugal em Nova Iorque, Celina Tavares, o adjunto da Coordenação do Ensino Português nos Estados Unidos, José Carlos Adão, assim como o senador estadual de Nova Iorque Jack Martins e o autarca da vila norte-americana de Mineola, Paulo Pereira, e a líder do Conselho de Liderança Luso-Americano (PALCUS), Katherine Soares, entre outros.
Após a homenagem, o diretor de Operações do 'National September 11 Memorial&Museum', o português Renato Batista, conduziu o grupo numa visita guiada ao Museu do 11 de Setembro, composto por materiais, testemunhos primários e registos históricos daquele atentado.
No total, nove portugueses e lusodescendentes perderam a vida no ataque da Al-Qaida no dia 11 de Setembro de 2001, há 23 anos.
Oito vítimas portuguesas foram identificadas nos dias a seguir ao atentado, sendo que o nome de um lusodescendente de Massachusetts só foi apurado um ano após os ataques.
No dia 11 de setembro de 2001, quatro aviões comerciais foram sequestrados por terroristas da Al-Qaida, tendo dois colidido intencionalmente contra as Torres Gémeas do World Trade Center, em Nova Iorque, que ruíram duas horas após o impacto.
O terceiro avião de passageiros colidiu no edifício do Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, condado de Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington D.C..
O quarto avião caiu num campo no estado da Pensilvânia, depois de alguns passageiros e tripulantes terem tentado retomar o controlo do aparelho.
Não se registaram sobreviventes entre os passageiros dos aviões, sendo que, no total, os ataques fizeram mais de três mil mortos e mais de seis mil feridos.