Como um padre incentivou uma menor de sete anos a fazer sexo com o irmão dela (e outros relatos dos abusos em confessionários da Igreja) - TVI

Como um padre incentivou uma menor de sete anos a fazer sexo com o irmão dela (e outros relatos dos abusos em confessionários da Igreja)

Várias vítimas contam situações em que foram tocadas de forma inapropriada ou até incentivadas a fazer sexo com familiares ESTE ARTIGO CONTÉM CONTEÚDO EXPLÍCITO QUE PODE CHOCAR OS LEITORES

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Já está na casa dos 80 anos e só contou o que lhe aconteceu uma vez, a uma amiga, mas agora decidiu falar. Esta mulher telefonou para a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica para contar a sua experiência e como aos 10 anos foi vítima de abusos sexuais numa cidade do Norte.

Tudo se passava no confessionário, onde o padre, com 40 ou 50 anos, se aproveitava da situação de poder para tocar em zonas erógenas, beijar ou estimular o clitóris da vítima - ele "arranhava" o órgão sexual da vítima.

A mulher nunca contou nada, nem sequer ao marido, e quando contou a uma amiga teve uma má experiência: a amiga limitou-se a dizer-lhe que "meninas pouca sacristia e mais Igreja". Hoje admite que sofreu anos em silêncio, fechada a "sete chaves".

Ao contrário dos outros locais em que foram recolhidos testemunhos por parte da comissão, nos confessionários há uma maior prevalência de vítimas do sexo feminino. Outra delas tinha 11 anos quando, na década de 1970, foi abusada por um padre "velhinho de 80 e tal anos". "Tocava-me em todo o lado. Nas maminhas, punha-me as mãos nas cuequinhas e tocava no pipi." Isto cinco vezes até ter contado ao pai o que se passava, acabando por ir a outra paróquia.

Em todos os relatos há cenários em que os padres perguntavam por pecados das vítimas, muitas vezes motivando-as a contar, incentivando-as à exploração sexual própria, mas também com outros. Há o caso de uma criança, hoje mulher, que acabou por fazer sexo com o próprio irmão após incentivo do padre.

O cenário de incesto já é suficientemente grave, mas a descrição de todo o episódio revela especiais requintes de perversidade de alguém que a vítima diz ser um "monstro" que ainda tem uma "posição de destaque" no Norte.

Foi durante o ano de preparação para a primeira comunhão, quando a vítima tinha sete anos, que tudo aconteceu. Desde cedo que a menina foi "convidada" a fazer atos obscenos com outras crianças, entre as quais o próprio irmão.

"A pessoa em causa era um animal, molestador em larga escala, um monstro que nunca ninguém quis acusar dado o seu poder, que por agora aí detém", pode ler-se no excerto do inquérito feito via online.

O irmão da vítima tinha 13 anos, o que o padre sabia, e aproveitou para iniciar uma relação de intimidade com ambos. No confessionário mexia-lhes nas pernas e depois dizia-lhes "obscenidades". Certo dia virou-se para a menina e perguntou-lhe se sabia que "as mulheres têm de aprender a tirar leite aos homens". Continuou a fazer várias insinuações semelhantes, aludindo à metáfora entre a teta da vaca e o pénis do rapaz.

A situação evoluiu de tal forma que a jovem acabou por masturbar o irmão três ou quatro vezes. "Só dizia que o senhor padre queria que eu lhe tirasse o leite."

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