Abusos sexuais: movimentos católicos analisam tomada de posição - TVI

Abusos sexuais: movimentos católicos analisam tomada de posição

A demissão imediata de “abusadores” e dos bispos “encobridores”. As exigências dos católicos após denúncias na Igreja

Responsáveis da Conferência Nacional de Apostolado dos Leigos, que junta 50 movimentos, reúnem-se esta terça-feira à noite e em cima da mesa está a decisão de antecipar o conselho nacional - previsto para depois do verão - de forma a debater o tema dos abusos

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A Conferência Nacional de Apostolado dos Leigos, que reúne 50 movimentos católicos, admite antecipar o Conselho Nacional que estava previsto para depois do verão de forma a analisar toda a situação do dos abusos sexuais e a tomada de posição da Igreja, nomeadamente na sequência da reunião de 3 de março, na qual os bispos receberam os nomes dos alegados 100 abusadores no ativo.

João Cordovil Cardoso, presidente do Conselho Nacional da CNAL, adiantou à CNN Portugal que esta terça-feira à noite, dia 7 de março, a comissão permanente do organismo vai estar reunida e irá "analisar a realização antecipada do Conselho Nacional". Isto depois de alguns movimentos terem revelado vontade de debater este tema que está a causar mal-estar entre os católicos.

Em causa está a divulgação do relatório da comissão independente, liderada por Pedro Strecht, que validou 512 testemunhos relativos a menores vítimas de abusos sexuais por parte de elementos da igreja, tendo ainda estimado a existência de pelo menos 4815 vítimas. 

A atuação dos bispos, que afastaram desde logo a suspensão dos alegados abusadores, tem gerado algum desconforto na comunidade católica. Houve mesmo quem publicamente criticasse a falta de medidas imediatas. Foi o caso do reitor do seminário de Coimbra, Nuno Santos, que lembrou existirem "diretivas objetivas do Papa Francisco que ditam que, quando um sacerdote é acusado e essa acusação é objetiva e tem fundamento forte, esse padre deve ser retirado automaticamente de funções". Isto depois de o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, ter dito que não têm provas suficientes para afastar os padres suspeitos e que apenas o Vaticano os poderia suspender. Também o bispo auxiliar de Braga defendeu a suspensão dos padres suspeitos de abuso sexual.

Entretanto, a CNAL vai lançar uma ação de sensibilização sobre a proteção de pessoas vulneráveis junto de todos os movimentos católicos. "É preciso estar alerta e entender os sinais", diz João Cordovil Cardoso.

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