“O SNS tem os braços abertos". Ministério da Saúde vai estudar formas de ajudar vítimas de abusos sexuais na Igreja - TVI

“O SNS tem os braços abertos". Ministério da Saúde vai estudar formas de ajudar vítimas de abusos sexuais na Igreja

  • Agência Lusa
  • DF
  • 10 mar 2023, 11:42
Igreja, padres, religião, crucifixo, cruz. Foto: AP Photo/Gerald Herbert

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022

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O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse esta sexta-feira em Coimbra que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai estudar formas de ajuda a vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica Portuguesa.

O governante confirmou a realização de uma reunião de trabalho na quinta-feira entre a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa e o ministério da Saúde.

“Foi uma reunião de trabalho que teve como objetivo ouvir o relato das pessoas que fizerem esse extraordinário trabalho de apuramento da realidade e das responsabilidades e procurar ver de que forma o SNS pode ajudar”, referiu Manuel Pizarro no final da cerimónia de abertura do 3.º Encontro da Hospitalização Domiciliária, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Manuel Pizarro admitiu a possibilidade de as vítimas receberem apoio psicológico e psiquiátrico.

“O SNS tem os braços abertos para todos os portugueses que precisam dos cuidados de saúde e, por maioria de razão, também para essas pessoas que foram vítimas de abusos em relação às quais temos um especial dever de solidariedade, porque sabemos bem o impacto que isso teve em toda a sua vida”, sublinhou.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, constituída por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa e coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

A comissão entregou uma lista de alegados abusadores no ativo à Conferência Episcopal Portuguesa.

No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais devem ser entendidos como a "ponta do iceberg".

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