Caiu o acordo partidário que sustentava o Governo Regional dos Açores desde as últimas eleições regionais. O anúncio já foi feito no Parlamento da Horta por parte do deputado da Iniciativa Liberal e também de um deputado independente (ex-Chega). Ambos evocaram como motivo para o rompimento divergências quanto ao modelo de transportes e à política de nomeações para cargos públicos.
Depois de deputado da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, ter rompido o acordo de incidência parlamentar feito com os sociais-democratas para apoio ao Governo Regional de coligação, que junta PSD, CDS-PP e o PPM, foi a vez de Carlos Furtado fazer uma declaração semelhante no plenário da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, ilha do Faial: “Também eu hoje me desvinculo [do acordo de incidência parlamentar]. Há incumprimentos e falta de respeito institucional. Desde que deixei o partido [Chega] há incumprimentos, fui tratado como um parente menor. Vou comunicar ao representante da República que vou deixar de cumprir o acordo”.
Os três partidos, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo de governação após as eleições de outubro de 2020. A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o deputado independente Carlos Furtado (eleito pelo Chega) e o PSD um acordo com a IL.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).
Com o rasgar do acordo da IL e do deputado independente, os partidos da coligação e o deputado do Chega representam, agora, 27 parlamentares, enquanto os partidos que não formalizaram apoios ao executivo nesta legislatura representam no total 28: 25 do PS, dois do BE e um do PAN. Perde-se, assim, a maioria absoluta que o Governo Regional tinha na assembleia legislativa.