Não use substitutos de açúcar se estiver a tentar perder peso, de acordo com uma nova diretriz da Organização Mundial da Saúde.
O organismo de saúde global afirmou que uma revisão sistemática das provas disponíveis sugeriu que o uso de adoçantes sem açúcar "não confere qualquer benefício a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças".
A meta-análise também indicou que pode haver "potenciais efeitos indesejáveis" do uso a longo prazo de substitutos de açúcar, como um aumento do risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
"Substituir os açúcares livres por adoçantes não ajuda a controlar o peso a longo prazo. As pessoas precisam de considerar outras formas de reduzir a ingestão de açúcares, como o consumo de alimentos com açúcares naturais, como a fruta, ou alimentos e bebidas sem açúcar", afirmou Francesco Branca, diretor de nutrição e segurança alimentar da OMS, em comunicado.
"Os adoçantes não são fatores dietéticos essenciais e não têm valor nutricional. As pessoas devem reduzir completamente a doçura da dieta, começando cedo na vida, para melhorar a sua saúde."
A recomendação incluiu adoçantes sintéticos de baixa ou nenhuma caloria e extratos naturais, que podem ou não ser quimicamente modificados, como acessulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e derivados de estévia, indicou a OMS.
A organização disse que a sua recomendação se aplica a todas as pessoas, excepto aquelas com pré-diabetes.
Um total de 283 estudos foram incluídos na revisão. A OMS disse que a recomendação era "condicional" porque a ligação identificada entre os adoçantes e os resultados da doença pode ser confundida por padrões complicados de uso de adoçantes e as características dos participantes do estudo.
"Isto indica que as decisões políticas baseadas nesta recomendação podem exigir discussões substanciais em contextos específicos de cada país, ligada, por exemplo, à extensão do consumo em diferentes grupos etários", sublinha o comunicado.
Os adoçantes sem açúcar são amplamente usados como ingrediente em alimentos e bebidas pré-embalados e, por vezes, também são adicionados diretamente aos alimentos e bebidas pelos consumidores.
A OMS emitiu diretrizes sobre a ingestão de açúcar em 2015, recomendando que os adultos e as crianças reduzam a ingestão diária de açúcares livres para menos de 10% da ingestão total de energia. Na sequência desta recomendação, o interesse pelas alternativas ao açúcar intensificou-se, segundo a revisão.