Ota: PSD quer avaliar custos e alternativas

O líder parlamentar do PSD, Luís Marques Guedes , propôs esta quarta-feira a criação de uma comissão eventual para avaliar a necessidade, os custos, a segurança e possíveis alternativas à construção de um aeroporto na Ota.

Segundo a Lusa, nenhum dos restantes partidos respondeu à proposta feita por Marques Guedes em plenário, embora o deputado do PS José Junqueiro tenha resumido a intervenção do líder parlamentar do PSD a um «instrumento de arremesso político-partidário».

O líder parlamentar do PSD referiu-se à hipótese de construção de um aeroporto na Ota, concelho de Alenquer, distrito de Lisboa, como um «filme de terror: terror em termos de segurança, terror em termos de durabilidade, terror em termos do anunciado encarecimento da obra».

Marques Guedes lembrou que em 1998, com o PS no Governo, foi constituída por unanimidade uma comissão eventual sobre o aeroporto da Ota, projecto que referiu ter sido depois abandonado pelos executivos PSD/CDS-PP e reactivado agora pelos socialistas.

«A bancada socialista que não tenha medo e que se associem todas as outras bancadas» para analisar se «esta construção é mesmo necessária, é urgente, se os seus custos são comportáveis» e se «não há alternativa melhor, mais barata e mais segura», desafiou.

Marques Guedes adiantou que «a Ota é uma opção perigosa para a segurança das pessoas, devido aos problemas muito sérios com ventos, na zona das pistas», sustentando não ser «por acaso que há muitos anos a Força Aérea quer desactivar aquele aeroporto».

Ainda citando Campos e Cunha, Marques Guedes completou que «a vida útil da Ota não ultrapassa os vinte e poucos anos» e acusou o Governo de «desviar dinheiros do Fundo de Coesão para financiar a Ota» e de ter mentido ao dizer que seria «um projecto autosustentado».

O deputado do PS José Junqueiro respondeu declarando que «não há nada qualquer desvio de dinheiro do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) para esta obra» mas sem contestar os outros dados apontados, considerando-os parte de «uma posição destrutiva permanente» do PSD.