Não entrar no mar e "não lhe virar as costas". Novos conselhos para evitar afogamentos nas praias em fim de semana de bom tempo - TVI

Não entrar no mar e "não lhe virar as costas". Novos conselhos para evitar afogamentos nas praias em fim de semana de bom tempo

Falta de vigilância na esmagadora maioria das praias portuguesas deixa autoridades em alerta

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Este pode vir a ser o pior ano de sempre no que a mortes por afogamento diz respeito. Um alerta da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, que já indicou que os primeiros meses do ano apontam uma tendência nesse sentido. Por isso mesmo, e tendo em conta o tempo que vai fazer este fim de semana, as autoridades deixam uma série de alertas à população.

O objetivo é evitar casos como o de Sesimbra, na semana passada, quando um pai e uma filha morreram no areal da Praia da Foz, depois de a criança de sete anos ter sido apanhada por uma onda. O homem entrou na água, mas acabou por também não conseguir sair, enquanto no areal a mãe e mulher das vítimas assistia a tudo. Os corpos acabariam por dar à costa uma hora mais tarde.

Coincidência ou não, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) acrescenta um aviso no comunicado feito esta sexta-feira. "Não virar as costas ao mar e oferecer sempre uma distância de segurança em relação à linha de água, evitando ser surpreendido por uma onda" é um dos quatro conselhos. A criança que morreu em Sesimbra, e que tinha apenas sete anos, estava a brincar junto à água, mas acabou surpreendida.

O porta-voz da AMN lembrou à CNN Portugal que, apesar do tempo de verão, o mar ainda é de inverno, pelo que as pessoas devem evitar ir à água. É que, além da alteração das águas decorrente das normais tempestades desta altura, há um outro fator crítico: as praias ainda não estão a ser vigiadas, uma vez que estamos fora da época balnear.

"Ainda há uma probabilidade muito grande de haver correntes fortes e também agueiros", explicou o comandante José Sousa Luís.

No caso do agueiro, uma das principais causas de morte nas praias portuguesas, trata-se de "uma corrente muito localizada, normalmente onde a ondulação é mais baixa, que puxa no sentido de afastar da praia". Em caso de se apanhar numa situação destas, José Sousa Luís deixa um conselho: "A pessoa não deve entrar em pânico nem nadar contra o agueiro, porque só se vai cansar e não vai conseguir atingir o areal. Deve manter a calma e nadar paralelamente ao areal". Depois de conseguir sair da situação, aí sim, pode dirigir-se ao areal.

Este fim de semana em concreto, e esperando temperaturas acima dos 30 graus em vários locais do país, como em Lisboa ou Setúbal, a AMN reforça que "a esmagadora maioria das praias não tem qualquer sistema de vigilância nesta altura do ano". Ainda assim, esclareceu José Sousa Luís, o dispositivo da Polícia Marítima e do Instituto de Socorros a Náufragos tem reforçado a presença nas praias de maior afluência, nomeadamente no Algarve e na Grande Lisboa.

"Desde a quinta-feira, véspera da Semana Santa, houve um reforço desse dispositivo", afirmou, falando em agentes com motas todo o terreno e equipamentos como desfibriladores, bem como com curso de nadador-salvador.

"A AMN recomenda uma vigilância permanente das crianças que se encontrem no areal, não entrar nem aproximar da linha de água e não virar costas ao mar", reforçou José Sousa Luís.

Além do conselho adicional, a AMN deixa outros três comportamentos de segurança que devem ser adotados na praia:

  • Vigiar permanentemente as crianças e não permitir que se afastem, mantendo-as sempre próximas de um adulto;
  • Evitar comportamentos de risco, não se aproximando da água ou caminhar na areia molhada;
  • Caso testemunhe uma situação de perigo dentro de água, não entre e peça ajuda através do 112.

De resto, e à exceção do acrescento do quarto ponto do comunicado, a Autoridade Marítima Nacional mantém os avisos e conselhos dados para a primeira de semana de abril, que também foi de intenso calor para esta altura do ano. Precisamente nessa semana morreram três pessoas nos areais portugueses. Além do caso do pai e da filha em Sesimbra, uma outra pessoa perdeu a vida em Matosinhos. Houve ainda um terceiro caso de um homem que desapareceu no mar de Vila do Bispo, não tendo sido ainda encontrado.

No último fim de semana, de 7 a 9 de abril, a AMN registou 33 resgates aquáticos.

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