Software nacional para hospitais está a ser instalado nos EUA - TVI

Software nacional para hospitais está a ser instalado nos EUA

  • Rui Pedro Vieira
  • 11 jun 2007, 15:22
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E se, na prestação de cuidados de saúde, os profissionais tivessem toda a informação clínica num só programa de gestão, feito em tempo real, que permitisse abolir o papel? O grupo de empresas português ALERT tem a solução, já aplicada a mais de 50 por cento dos serviços de urgência nacionais, que está a ser implementada agora em quatro hospitais norte-americanos.

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Com o mercado externo a representar já cerca de 10% da facturação da marca, pertencente ao grupo Médicos na Internet, as soluções ALERT chegaram ao quotidiano dos hospitais de South Cameron Memorial Hospital, no Louisiana, Knox County Hospital, em Kentucky, Minnie G. Boswell Memorial Hospital, na Geórgia, e a um outro de Nova Orleães, que ainda se encontra em construção.

«Em 2001, nas relações com médicos, desenvolvemos um verdadeiro ambiente médico sem papéis, adequado para todos os perfis e para todos os serviços, como bloco operatório, internamentos e urgências», disse à «Agência Financeira» o administrador da ALERT, Miguel Rocha.

«A partir daí, as coisas começaram a acontecer muito depressa. Começámos a acreditar que tínhamos um produto global, único no mundo, até porque, numa feira internacional da especialidade a que fomos, o nosso produto foi considerado o melhor», acrescentou.

Concorrer com a Microsoft e Google

Com contratos celebrados de distribuição em diversos países europeus, como Espanha, França, Itália, Croácia e Suíça, além da Ásia, onde já chegaram à Indonésia, a ALERT considera que esta entrada no mercado norte-americano é o ponto de partida «para uma grande aposta», apesar da concorrência que se avizinha, por parte de multinacionais.

«Estamos a concorrer a um nível muito alto. As nossas concorrentes podem a curto ou médio prazo bater-se connosco. E estou a falar de gigantes como o Google ou a Microsoft», refere Miguel Rocha, acrescentando, no entanto, que «a ALERT nunca mudou de rumo por questões de concorrência. Acreditamos que o nosso produto é bom, tem referências nacionais e internacionais».

As plataformas a integrar nos quatro hospitais baseiam-se na solução «ALERT PFH», formada pela «ALERT Edis», para serviços de urgências, a «ALERT Outpatient», para gestão de consulta externa, a «ALERT Surgery Room», destinado ao Bloco Operatório, e a «ALERT Inpatient», sistema de informação para internamento.

Entre as potencialidades da solução do sistema, que já é utilizado por 76 hospitais e 102 centros de saúde, estão também o processo clínico electrónico do utente e permitir mais proximidade entre os hospitais e os centros de saúde na gestão das consultas.

«Só agora começam a surgir dados que permitem fazer estudos sobre o impacto do ALERT. As coisas hoje estão melhores: os programas permitem obter dados reais, correlacionar variáveis e parâmetros, além de fazer relatórios», reconhece Miguel Rocha.

Segundo o administrador da ALERT, o sistema «cria verdadeiros ambientes clínicos sem papéis, que permite reduzir o ruído nos serviços, e fazer com que, em todas as fases, todos os intervenientes saibam o que se está a fazer».

«Queremos ir para outros mercados»

As expectativas de crescimento mantêm-se e o grupo já pensa reforçar a sua presença no mercado internacional: «Queremos ir para outros mercados, como a Singapura, onde estamos a participar na informatização dos serviços de saúde», diz Miguel Rocha.

Sobre as barreiras ao crescimento, o administrador adianta que é a concorrência de cada país que, por vezes, trava o processo de expansão: «Em Espanha, por exemplo, há uma certa resistência em adoptar não tudo o que seja português, mas tudo o que não seja espanhol», alerta.

«Em Portugal, as coisas são mais fáceis. Podemos pensar que somos um país muito atrasado. Mas não é bem assim, temos coisas muito boas», conclui.

A ALERT espera ainda que, até ao fim do ano, o número de instituições com o programa instalado cresça para o meio milhar.
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