JMJ. Bispo auxiliar de Lisboa confessa que "ficou magoado" com o valor do altar-palco - TVI

JMJ. Bispo auxiliar de Lisboa confessa que "ficou magoado" com o valor do altar-palco

  • CNN Portugal
  • HCL
  • 26 jan 2023, 19:32
D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa (Lusa/Tiago Petinga)

Américo Aguiar diz que a equipa das JMJ "falhou" em comunicar a grandeza do evento

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O bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude, Américo Aguiar, confessa que ficou "magoado" quando soube do valor do altar-palco que vai receber o Papa e que vai custar mais de cinco milhões de euros por ajuste direto. Em conferência de imprensa nesta quinta-feira, precisamente para falar sobre a polémica, garante que a sua equipa "percebe o problema" e que se vai reunir para analisar ao detalhe o que justifica um custo tão avultado.

"Se existirem coisas que podem ser eliminadas para reduzir o custo, pediremos para serem eliminadas, como é óbvio", assegura.

Referindo que "nem sabia que tinha de saber" qual é o valor do altar-palco, Américo Aguiar sublinha que o seu papel foi unicamente pedir às autoridades que correspondam aos requisitos "daquilo que temos de providenciar". "Esse é o papel da igreja".

"Aqui está uma das nossas falhas", diz Américo Aguiar. Embora o valor seja alto, diz, "não foi comunicado com os portugueses em geral a real dimensão do acontecimento: nunca no País tivemos um evento com esta dimensão", nem os festivais nem a Web Summit se aproximam.

A obra de construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa final vai custar 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, numa empreitada atribuída por ajuste direto.

Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, "a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)", somando-se a esse valor "1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura".

A Câmara de Lisboa justificou na quarta-feira o investimento no altar-palco com as necessidades do evento e as características do terreno, sublinhando que a estrutura poderá receber 2.000 pessoas, metade dos quais bispos, e continuará depois a ser utilizada.

Na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que sabia que a construção do altar-palco iria ficar muito cara, acrescentando que será realizada com as especificações indicadas pela Igreja Católica.

A oposição na autarquia queixou-se de "falta de transparência" e o partido Chega já requereu a presença de Carlos Moedas no parlamento para explicar os custos do evento.

Na quarta-feira, a Fundação JMJ comprometeu-se a divulgar, ao longo do projeto, "os custos e os investimentos" do "acontecimento inédito para o país" que "são da sua responsabilidade".

A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.

Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia de covid-19.

 

 

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