O bispo Américo Aguiar torna-se este sábado no 47.º cardeal português, no consistório ordinário público, o nono do Papa Francisco, a que vai presidir na Praça de São Pedro, no Vaticano.
A celebração começa às 10:00 (menos uma hora em Lisboa), com uma saudação ao Papa por um dos novos cardeais em nome de todos, seguindo-se uma oração de Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia.
Francisco faz depois a leitura, em latim, da "fórmula de criação" e elenca os nomes dos novos cardeais, que fazem nesta altura a profissão de fé e o juramento de fidelidade e obediência ao pontífice e aos seus sucessores.
De acordo com o guião da cerimónia disponibilizado pelo Vaticano, Américo Aguiar, presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e coordenador geral da organização da visita, em agosto último, do Papa Francisco a Portugal, vai ser o 17.º de uma lista de 21 (18 eleitores num futuro conclave) a ser criado cardeal.
A cada cardeal o Papa entrega o barrete vermelho, o anel e a bula de nomeação, sendo-lhes atribuída a titularidade de uma igreja de Roma, como sinal de participação na preocupação pastoral do Papa na cidade.
A cerimónia termina com o abraço da paz.
Depois do consistório decorre a visita de cortesia aos cardeais.
À posse do até agora bispo auxiliar de Lisboa vão assistir centenas de portugueses, incluindo diversas entidades, civis, eclesiásticas e políticas. A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, representa o Governo.
Américo Aguiar, futuro bispo de Setúbal, tem 49 anos.
Ordenado sacerdote em 2001, sendo integrado na Diocese do Porto, nesta desempenhou vários cargos, como pároco e vigário-geral. Foi também diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Conferência Episcopal Portuguesa e presidente da Irmandade dos Clérigos, antes de ingressar na Diocese de Lisboa, onde foi bispo auxiliar.
Hoje, além de Américo Aguiar, são criados mais 17 cardeais eleitores, incluindo Robert Francis Prevost (Estados Unidos da América), prefeito do Dicastério para os Bispos; Claudio Gugerotti (Itália), prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, e Víctor Manuel Fernández (Argentina), prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé.
O núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Itália, o suíço Emil Paul Tscherrig; o núncio apostólico nos Estados Unidos, o francês Christophe Georges Pierre; e o patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa (Itália) vão também ser elevados a cardeal.
Stephen Brislin, arcebispo da Cidade do Cabo (África do Sul), Ángel Sixto Rossi, arcebispo de Córdoba (Argentina), Luis José Rueda Aparício, arcebispo de Bogotá (Colômbia), e Grzegorz Rys, arcebispo de Lódz (Polónia) foram outras das nomeações de Francisco.
Na lista, anunciada em 9 de julho, incluem-se ainda como futuros conselheiros do Papa Stephen Martin Mulla, arcebispo de Juba (Sudão do Sul), José Cobo Cano, arcebispo de Madrid (Espanha), Protase Rugambwa, arcebispo coadjutor de Tabora (Tanzânia) e Sebastian Francis, bispo de Penang (Malásia).
O bispo de Hong Kong, Stephen Chow Sau-Yan, o bispo de Ajaccio (França), François-Xavier Bustillo, e o reverendo Ángel Fernández Artime (Espanha), reitor-mor dos Salesianos, são os restantes cardeais eleitores.
O Papa decidiu ainda integrar no Colégio Cardinalício dois arcebispos e um religioso que se distinguiram pelo serviço à Igreja: o núncio apostólico Agostino Marcheto (Itália), o arcebispo Diego Rafael Sánchez (Venezuela) e o padre Luis Pascual (Argentina). Estes, por terem ultrapassado os 80 anos, não podem participar num futuro conclave para eleger o Papa.