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Americanos confundiram português com terrorista

John Cerqueira foi retirado de avião e acabou por ser indemnizado

Um júri de Boston ordenou à American Airlines que pagasse 400 mil dólares a um engenheiro informático de naturalidade portuguesa, que foi confundido pela tripulação de um voo estadual como sendo um potencial terrorista do médio oriente.

John Cerqueira, de 39 anos, nasceu em Portugal e foi criado em Fall River. Preparava-se para uma viagem de negócios, a 28 de Dezembro de 2003, quando foi obrigado pela polícia a sair do voo 2237, no aeroporto de Logan, Flórida, com mais dois homens israelitas que estavam sentados ao seu lado.

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Alguns tripulantes mostraram-se assustados e, segundo um relatório divulgado pela companhia de voo americana, «três passageiros sentados nos lugares da fila 20 (entre eles o português), estariam a ser observados por hospedeiras e pela equipa do «cockpit» por estarem a fazer comentários inapropriados e suspeitos na área de embarque, e dentro do avião. Pareciam ser cidadãos estrangeiros. Foram ouvidos a desejar aos outros passageiros um «Feliz Ano Novo».

Cerqueira foi libertado depois de duas horas de interrogatório, por ter recusado acomodações alternativas oferecidas pelas hospedeiras.

Enquanto outras alegadas vítimas de discriminação racial se viram derrotadas em Tribunal, o advogado de Boston, David Godkin, afirmou que o caso de Cerqueira é o primeiro do género, desde 11 de Setembro de 2001, a chegar a julgamento.

No dia 12 deste mês, um júri federal decidiu que a American Airlines estava errada por ter tomado a medida de precaução de retirar Cerqueira do avião, e exigiu que a mesma pagasse 130 mil dólares ao português, por estragos compensatórios.

«Percebo que o 11 de Setembro pese bastante nas nossas consciências e que toda a gente esteja mais interessada em segurança do que em desculpas», afirmou John Cerqueira, argumentando que se a companhia aérea o tivesse colocado noutro avião «nada disto teria acontecido».

John Cerqueira não é a primeira pessoa a apresentar queixa de «discriminação racial» contra a American Airlines desde Setembro de 2001. Em Novembro, seis muçulmanos foram expulsos de um voo, que seguia de Minneapolis para Phoenix, porque o ritual de reza que tiveram antes do voo e a agitação que demonstraram dentro do avião, assustaram os passageiros.

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