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Portugal é o país da UE com maior número de AVC

Hipertensão é o principal factor de risco. Prevenção é a palavra-chave. Há menos mortes devido à doença, mas número de incapacitados aumentou. Aveiro, Beja e Évora são os distritos com maior risco

Os distritos de Aveiro, Beja e Évora são os locais em que a população tem maior risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em Portugal, diz um estudo da Fundação Portuguesa de Cardiologia, divulgado esta quinta-feira por ocasião do Dia Nacional do Doente com AVC. Ainda segundo esta análise, Beja é o distrito em que o risco de morte por AVC é maior.

Em 2001, o AVC foi responsável por 20 por cento das mortes em Portugal, sendo os Açores a região em que o número de óbitos devido à doença foi maior.

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Luís Negrão, da Fundação Portuguesa de Cardiologia, explicou ao PortugalDiário que «Portugal é o país da União Europeia que tem maior número de AVC».

O médico afirma que «a situação é preocupante» porque a probabilidade de se ter um AVC em Portugal «é alta», mas evitá-lo passa, cada vez mais, pela pessoa. «O principal factor de risco é a hipertensão arterial», explica Luís Negrão. «O colesterol e a diabetes também são importantes, mas não têm tanto peso», acrescenta.

As estatísticas mostram que em 2002 houve menos 1469 mortes por doença cerebrovascular do que em 1990. Para Luís Negrão, a explicação pode estar no facto de as pessoas se preocuparem mais com a doença.

«Há um cuidado especial com a tensão arterial. Há já muita gente que tem aparelhos para medir em casa e, se forem ao médico, já pedem para ver a tensão», diz o médico. Mas também ao nível do tratamento houve melhorias. «Os doentes já não morrem por AVC, diz Luís Negrão. Mas adianta que cada vez há mais pessoas «incapacitadas» como consequência da doença.

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Por melhor que seja o tratamento, «não conseguimos restaurar os tecidos destruídos», explica. Por isso, no que diz respeito a doenças cerebrovasculares, a prevenção é mesmo a palavra-chave.

«Se o doente controlar os seus factores de risco, por exemplo, mantendo sempre a tensão arterial abaixo dos 140-90, se ocorrer um AVC, não será tão extenso», explica o médico.

Mas Luís Negrão considera que ainda há quem não leve a sério o risco de doenças cerebrovasculares. «As pessoas dão-se ao luxo de parar com a medicação para a tensão arterial sem aconselhamento» e «não seguem os conselhos médicos para fazer dieta e praticar actividade física».

Luís Negrão recorda os «enormes» custos sociais dos acidentes cardiovasculares: «Há pessoas que eram perfeitamente activas que depois de terem um AVC e ficam acamadas». E há ainda os custos económicos. «Estes doentes pesam em termos de estruturas de saúde», «são caros para os hospitais e para as famílias», diz o médico.

E ao nível das famílias o impacto é maior. «De repente, passam a ter em casa um bebé com 80 anos, incapaz de andar, e ainda por cima, é alguém que lhes é querido», conclui Luís Negrão.

O médico recorda que num inquérito nacional de saúde, 40 por cento das pessoas acamadas afirmam que o motivo foi «doença do aparelho circulatório». Por isso, nunca é de mais lembrar que «controlar a tensão arterial e a diabetes, fazer uma dieta equilibrada e praticar uma actividade física» são as «armas» para evitar ou minimizar um AVC.

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