O voo 2047 da companhia aérea Gol, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil, terminou em confusão ainda no aeroporto do Galeão, na zona norte do Rio, no domingo à tarde. Um defeito no ar condicionado deixou os passageiros revoltados e, depois de uma hora fechados dentro do avião sob forte calor e sem qualquer informação, abriram as portas de emergência para arejar a aeronave. A sensação térmica no aparelho era de 45 graus. Depois de alguns passageiros se sentirem mal e perante a insistência do piloto em prosseguir com o voo, a resposta foi abrir as portas e assim obrigar ao cancelamento.
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De acordo com o jornal «Estadão», o comandante do avião informou pelo sistema de som que o ar condicionado funcionaria quando o aparelho começasse a deslocar-se na pista para a descolagem. Como isso não aconteceu, os passageiros resolveram solucionar o problema por conta própria.
Os acontecimentos foram filmados com telemóveis. As imagens mostram pessoas a abanarem-se, irritadas. Uma senhora sentiu-se mal, outras foram à casa de banho refrescar o rosto com água. Relatos dão conta que os passageiros se sentiram como se estivessem numa sauna.
Imagens feitas por um passageiro do voo, divulgadas esta segunda-feira pelo telejornal «Bom Dia Rio», da TV Globo, mostram que os tripulantes do voo 2047 demoraram uma hora a explicar que o sistema de refrigeração do avião seria restabelecido no momento em que iniciasse a descolagem. Ouve-se ainda o que o comandante disse num tom «irónico e ameaçador».
«Se algum passageiro estiver muito incomodado, eu peço para regressar e desembarcamos todos e cancelamos o voo», ameaçou.
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O «Estadão» refere que a Gol informou que o voo «foi cancelado devido a defeito apresentado no APU - unidade auxiliar de fornecimento de energia».
«Quando a aeronave está no solo, a APU é usada para manter o ar condicionado e os sistemas elétricos da aeronave a funcionar. Devido ao forte calor, os passageiros foram reacomodados em outra aeronave», explicou a empresa.
«Esse facto vai além da prestação de serviço. Fere a dignidade humana. A empresa não pode submeter as pessoas a essas condições», referiu Cláudia Almeida.
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