Uma mulher londrina, de 50 anos, está a gerar controvérsia em Inglaterra, por preferir morrer a deixar de ser bonita e jovem. O tribunal concedeu-lhe autorização para abandonar os tratamentos para o cancro, porque a paciente considera que está a perder tudo o que “brilha” na sua vida.
Apesar da mulher ter sido descrita em tribunal como “impulsiva”, “egocêntrica”, como alguém que “teve quatro matrimónios e um grande número de amantes”, para além de um problema de alcoolismo, o juiz Justice MacDonald concedeu a "C", nome dado para proteger a sua identidade, a permissão para recusar o tratamento de diálise que podia salvá-la.
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De acordo com o juiz, a paciente “tem o direito" de abandonar o Hospital de King’s College, em Inglaterra.
The Guardian“Esta posição reflete o valor que a sociedade dá à autonomia no que toca ao tratamento médico e o direito há muito estabelecido de um paciente poder escolher se quer aceitar, ou não, um tratamento médico. O tribunal só deve intervir se considerar que o paciente não tem as faculdades mentais para decidir se os aceita ou não”.
“'C 'é uma pessoa a quem o epíteto ‘convencional’ nunca vai ser aplicado… teve uma vida caracterizada pela impulsividade e decisões egocêntricas, sem culpa ou remorso. Foi, por vezes, uma mãe indiferente para as três filhas que sempre a ajudaram. O consumo de álcool tem sido excessivo e, às vezes, fora do controlo… especialmente numa altura em que 'C' pôs uma importância significativa na juventude e na beleza, [ou] nas palavras da 'C', no ‘brilho’”.
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Ainda de acordo com o The Guardian, uma das filhas testemunhou em tribunal, alegando que o que motivava a sua decisão era o medo de se tornar “feia”, “velha” e “pobre”.
“Ela disse que a coisa mais importante na sua vida era o glamour com que vivia. Ela continua a dizer que não quer viver sem o seu brilho e pensa que já o perdeu”, afirmou, acrescentando que a família vai ficar devastada se a mãe morrer. “Pensamos que é uma decisão horrível. Não gostamos nem um bocadinho desta decisão. Mas não consigo ultrapassar o facto de ela o saber”.
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