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Bebé retirada a família adoptiva

Viseu: Mãe prostituta entregou criança com quatro meses

Uma criança de dois anos foi esta semana retirada pela Segurança Social à família que a acolheu desde os quatro meses, em Viseu, após ter sido entregue pela mãe que «não tinha condições para a tratar», noticia a Lusa.

Lúcia Fátima Coelho, a mulher que desde há 20 meses cuidava da bebé, contou à Lusa que a menina «foi retirada pela Segurança Social na segunda-feira». Na altura foi a sua casa uma assistente social, uma psicóloga e a polícia. «Não sabíamos que a vinham buscar, disseram-nos apenas que o Tribunal tinha mandado retirar a menina provisoriamente. Neste momento nem sei onde está», acrescentou.

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A menina chegou a casa de Lúcia Fátima Coelho e marido, residentes em Moselos, «há cerca de 20 meses, tinha então apenas quatro meses». «Foi-me entregue pela mãe, que andava e anda na rua, na prostituição. Veio a Moselos e andou aí a oferecer a menina a dois casais que não a aceitaram e depois veio cá trazê-la e eu fiquei com ela», explica.

Família de acolhimento procurou Estado

Dois dias depois de ter ficado com a criança, a 04 de Julho de 2005, Lúcia deslocou-se «à Segurança Social para falar com a assistente social». «Remeteu-me para a Comissão de Protecção de Menores, onde me disseram que teria de ser tudo tratado com a mãe da menina, que teria de assinar um papel», relata.

«Só que a mãe nunca chegou a assinar nada com medo que a menina fosse dada a alguma instituição. Dizia apenas que não entregava a menina a mais ninguém que não a nós», alega. «Quase um ano depois fui chamada ao tribunal e interrogada por um funcionário, que disse para aguardar serenamente decisão do juiz. Até lá não tinha de a entregar a mais ninguém», conta Lúcia Fátima Coelho.

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Durante o período que tomou conta da bebé, quase dois anos, as assistentes sociais foram a sua casa «apenas uma vez». «E porque as procurei. Viram a menina ainda numa outra vez, em que fui à Segurança Social», sublinha.

Mãe biológica visitava bebé

Quanto à mãe biológica, «vinha visitá-la de vez em quando. Nem era bem visitá-la, vinha cá comer e pedir dinheiro e aproveitava para vê-la». A 8 de Fevereiro foi a uma conferência no tribunal e ficou a saber da intenção de «entregarem a guarda ao suposto avô paterno». «Digo suposto, porque ainda não foi feito teste de paternidade.

Os pais são ambos brancos e a menina não», justifica.

Lúcia Fátima Coelho disse ainda que «recorreu a uma advogada para pedir a tutela da menina» mas agora pensa ter sido tarde de mais. «Devia tê-lo feito mal veio viver connosco, mas nunca ninguém me alertou para isso».

Lúcia lamenta que a «menina esteja a sofrer por ter sido afastada da família que a tratava. Já bastava ter andado quatro meses na rua, onde andava com a mãe na prostituição e até dormia na rua e nunca ninguém fez nada».

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Brinquedos ficaram para trás

Critica também o facto de «terem levado a menina sem sequer se preocuparem em levar os seus bonequinhos, o Noddy e a Leopoldina, de quem nunca se separava». «Era uma menina alegre e bem disposta, mas de certeza que agora não é a mesma», lamenta.

Contactado pela Agência Lusa, o director da Segurança Social de Viseu, Manuel João Dias, disse apenas que «a retirada da criança foi feita por decisão judicial», remetendo mais pormenores para o Instituto de Segurança Social, onde não foi possível obter mais informações.

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