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Seca: agricultores já receberam mais de 47 milhões

1ªMÃO: Linhas de crédito do Governo foram procuradas por 2335 agricultores. Empréstimos possibilitam a aquisição de alimentação para os animais. Candidaturas continuam na próxima semana. Dinheiro para remediar os malefícios da maior seca das últimas décadas

Foram já 2335 os agricultores que acederem às linhas de crédito de curto prazo bonificadas disponibilizadas pelo Governo para minorar os efeitos causados pela seca severa que atinge o país de Norte a Sul. No total, o Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas (IFADAP) já distribuiu cerca de 47,5 milhões de euros pelos agricultores que recorreram à ajuda disponibilizada pelo Executivo.

«As linhas de crédito funcionam como empréstimos com taxa de juro bonificada, que o IFADAP para directamente aos bancos», explicou ao PortugalDiário Vilhena da Cunha, responsável do IFADAP.

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A primeira fase deste projecto de apoio para alimentação e abeberamento do gado terminou no final da tarde desta sexta-feira, dia 17 de Junho. Os agricultores puderam aceder às linhas de apoio, das 9:00 às 15:30, desde o dia nove de Junho, durante cinco dias úteis.

«Esta primeira fase durou cinco dias úteis. Como se verificou que o plafond máximo não foi atingido, segunda-feira abre-se outra fase de candidaturas ao crédito e assim sucessivamente até o montante global ser atingido», disse ao PortugalDiário o representante do instituto.

As linhas de crédito têm duas variantes: alimentação e abeberamento do gado. As condições climatéricas que têm atingido Portugal continental nos últimos meses impediram o normal desenvolvimento das pastagens e forragens que constituem uma grande componente da alimentação animal, o que obrigou os produtores de gado a recorrer a outro tipo de alimentação com custos significativamente acrescidos. Para ajudar os agricultores a suportarem estes custos adicionais, o Governo disponibilizou uma linha de crédito de valor máximo de 50 milhões de euros.

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Foi a este tipo de linha de crédito que os agricultores mais recorreram: registaram-se 2150 candidaturas e um total de crédito de 44,5 milhões de euros, sendo que «a grande maioria das candidaturas ocorreu no Alentejo», esclarece Vilhena da Cunha. «Os serviços em Beja hoje não fecharam sequer à hora do almoço e teve de haver um reforço do pessoal. Toda a gente que lá apareceu foi atendida. Ninguém foi mandado embora», acrescenta.

Este último dia da primeira fase de candidaturas às linhas de crédito para alimentação de gado foi o mais movimentado: registaram-se 32,5 dos 44,5 milhões de euros disponibilizados em créditos.

Os períodos de calor extremo e quase total ausência de chuva originaram também situações graves de carência de água, o que traz problemas à questão de abeberamento do gado, o que acarreta custos acrescidos. Para ajudar os agricultores nesta situação, o Governo disponibilizou um apoio de 45 milhões.

Esta linha de crédito tem como objectivo disponibilizar aos agricultores meios financeiros que permitam fazer aberturas de furos, poços ou captações similares e possibilitem a aquisição de bebedouros e cisternas, necessários para fornecer água aos animais.

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Foram poucos os agricultores a recorrer a este tipo de linha de crédito. «Até agora, foram apenas registadas 185 candidaturas, para um total de crédito de três milhões de euros», disse ao PortugalDiário o responsável do IFADAP.

Outra medida do Governo para ajudar os agricultores a enfrentar os prejuízos causados pela seca foi a dispensa, por um período de seis meses, a alguns titulares de propriedades agrícolas, do pagamento de contribuições para a segurança social dos seus trabalhadores independentes. A medida foi aprovada em Conselho de Ministros no dia 8 de Junho.

A Confederação dos Agricultores de Portugal estima que os prejuízos causados pela seca rondem já os 1100 milhões de euros e fez grande pressão junto do Governo para uma disponibilização rápida das linhas de crédito para os agricultores mais afectados.

A percentagem do território nacional afectado pela seca severa e extrema agravou-se na última quinzena de Maio, sendo a actual situação classificada, em termos de área afectada, como a mais grave dos últimos 60 anos.

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