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Ponte 25 de Abril sem risco de queda, garante perito

«É impossível porque não há relação geométrica entre o caneiro e as estruturas da ponte». Engenheiro especialista em estruturas salienta, no entanto, que uma ruptura pode afectar os acessos à 25 de Abril, como o viaduto que atravessa Alcântara. E lembra acidentes já ocorridos naquela zona

O risco de que um abatimento no caneiro de Alcântara prejudique a estrutura da ponte 25 de Abril é nulo, disse hoje à agência Lusa João Appleton, engenheiro especialista em estruturas.

De acordo com João Appleton, a queda da ponte por problemas no caneiro «é impossível porque não há relação geométrica entre o caneiro e as estruturas da ponte», assentes no rio Tejo.

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O semanário Tal&Qual cita hoje um relatório do laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) de Janeiro de 2004, solicitado pela Câmara de Lisboa, que revela a necessidade de uma intervenção urgente no caneiro de Alcântara devido a fissuras e rachas detectadas num troço a montante da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara.

O semanário escreve em manchete que há risco de «derrocada iminente nos acessos à ponte», acrescentando que «a ligação ferroviária que atravessa o Tejo pode cair, caso o caneiro de Alcântara ceda».

João Appleton, engenheiro especialista em estruturas que integrou o Conselho Superior das Obras Públicas, explicou à agência Lusa que os pilares da ponte não estão assentes no caneiro, de forma que um abatimento do caneiro não provocaria a queda da ponte.

No entanto, salienta que uma ruptura deste sistema colector de águas «pode sim afectar os acessos à ponte que tenham relação com o caneiro», nomeadamente o viaduto que atravessa a zona de Alcântara.

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Appleton sublinhou ainda que este problema não é de hoje e que «já se sabe há muito tempo que o caneiro tem uma extensão muito grande danificada e que uma ruptura do caneiro pode influenciar o acesso à ponte», tendo já sofrido obras de intervenção isoladas.

João Aplleton realçou que já em Outubro de 1999 um abatimento de parte do caneiro de Alcântara cortou o trânsito na ligação do Eixo Norte-Sul à Avenida Calouste Gulbenkian durante cerca de um ano.

Mais recentemente, um abatimento no caneiro de Alcântara junto ao bairro da Liberdade, Campolide, «engoliu» em Novembro de 2003 um autocarro estacionado sem passageiros.

O relatório do LNEC referido pelo semanário Tal&Qual indica que «o caneiro de Alcântara, o principal colector de águas pluviais e residuais da cidade, que atravessa no subsolo a húmida bacia de Alcântara desde a Damaia até ao Tejo, numa distância de 9,5 quilómetros, está em risco de colapso».

O documento refere também que «dada a localização desta infra- estrutura em zonas extremamente sensíveis, nomeadamente sob estruturas várias e ferroviárias importantes (por exemplo a Avenida de Ceuta e o comboio para a Ponte 25 de Abril), deverá ser associada a mais elevada prioridade de intervenção para a correcção das anomalias detectadas».

O caneiro de Alcântara, que resultou da canalização da ribeira com o mesmo nome, realizado há cerca de 60 anos, tem início na Damaia, atravessa Benfica e desagua no Tejo.

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