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Zero quer que Governo apoie meta de venda de veículos exclusivamente elétricos em 2035

Emissões médias do total destes veículos são de 89 gramas de dióxido de carbono por quilómetro

A associação Zero quer que o Governo apoie a meta europeia de vendas de novos veículos exclusivamente elétricos em 2035, uma meta que diz depender mais da vontade política e de compromisso com as políticas climáticas do que com a técnica.

Num comunicado divulgado este sábado, a Zero considera que alcançar a meta de vender automóveis ligeiros de passageiros e de mercadorias 100% elétricos em 2035 é um objetivo “perfeitamente viável”, argumentando que “o desenvolvimento de veículos elétricos tem sofrido progressos significativos, incluindo melhorias na tecnologia de baterias, autonomia e infraestrutura de carregamento”.

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“Esses avanços tornam os veículos elétricos uma opção mais viável e atraente para os consumidores”, frisa, referindo que as vendas de automóveis 100% elétricos em Portugal em 2023 permitiram reduzir 23% de emissões de dióxido de carbono da nova frota.

A associação quer, por isso, que o Governo português apoie esta meta na União Europeia (UE), defendendo que a viabilidade da medida “não é uma questão técnica, mas sim uma questão de vontade política e de compromisso com as políticas climáticas e industriais existentes”.

A associação cita informação da Federação de Transportes e Ambiente e acrescenta que até ao ano de 2028, o mais tardar, os automóveis elétricos serão mais baratos que os veículos movidos a combustíveis fósseis.

“Ao contrário do que muitas vezes se diz, até 2035, os 100% veículos elétricos serão muito mais baratos de comprar e de utilizar do que os poluentes automóveis de combustão”, refere a Zero.

Argumentando que muitos dos principais fabricantes de automóveis comprometeram-se a eliminar gradualmente os veículos a combustão e a aumentar a sua produção de veículos elétricos em antecipação ao prazo de 2035 a partir do qual não podem ser vendidos automóveis com motores de combustão, a Zero aponta que sendo esta meta “apoiada pela indústria face a investimentos significativos com que já se comprometeu”, esta precisa de “planeamento e certeza de investimento, em vez de quadros políticos instáveis”.

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“A legislação europeia determina que as principais autoestradas e estradas tenham carregadores rápidos suficientes ao longo dos próximos anos”, lembra.

Já recorrendo a dados da Agência Europeia de Ambiente sobre as vendas de automóveis em 2023 por país, a Zero refere que, em Portugal, dos 196.959 registos de automóveis ligeiros de passageiros novos, 49% usam gasolina, 13% gasóleo, 6% usam GPL, quase 13% são híbridos plug-in e quase 19% são totalmente elétricos.

Segundo a associação, as emissões médias do total destes veículos são de 89 gramas de dióxido de carbono por quilómetro.

“Estes dados mostram como é fundamental a aposta em veículos elétricos que no nosso país são abastecidos por eletricidade com uma enorme percentagem proveniente de fontes renováveis (87% em média este ano, entre janeiro e maio)”, conclui.

Para a Zero há duas coisas que a UE precisa de fazer: mostrar-se empenhada nesta meta e acelerar o desenvolvimento de modelos de automóveis elétricos, especialmente os mais acessíveis.

“A União Europeia não deve ser desviada por combustíveis sintéticos (ou e-combustíveis) e biocombustíveis poluentes, ineficientes e caros. Em segundo lugar, a UE deve apoiar e recompensar o fabrico local de veículos elétricos e de baterias com um plano industrial verde para complementar o Pacto Ecológico Europeu”, termina a Zero.

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