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Espanha é país mais árido da Europa

Desertificação: país vizinho tem um terço do território em risco

A Espanha, que acolhe actualmente a Conferência da ONU sobre a Luta contra a Desertificação, é o país mais árido da Europa, encontrando-se um terço do seu território em risco de desertificação, segundo dados do ministério do Ambiente espanhol, noticia a Lusa.

«O problema da desertificação pode ser considerado grave em 31,49 por cento da superfície espanhola, o que dá uma ideia da magnitude do problema que enfrentamos», anunciou o ministério do Ambiente espanhol durante a XIII Conferência da ONU da Luta Contra a Desertificação, que decorre, desde segunda-feira, em Madrid, Espanha.

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Mais de dois mil representantes de agências das Nações Unidas, organismos inter-governamentais e organizações ambientais de 200 países estão reunidos, nas próximas duas semanas, na capital espanhola para analisar o problema da desertificação, que, segundo a ONU, já afecta um terço da superfície terrestre e ameaça a subsistência de 1.200 milhões de pessoas.

Durante esta conferência - a oitava dos 191 países que assinaram a Convenção para a Luta contra a Desertificação (UNCCD) em Paris em 1994 - os especialistas pretendem estudar o problema e elaborar uma estratégia de 10 anos para fazer frente a este flagelo, que, de acordo com a ONU, afecta não só a África, mas também amplas zonas da Ásia, América Latina e algumas parte do sul da Europa.

No que diz respeito a Espanha, a ONU estima que seis por cento do solo espanhol já se encontre degradado de forma irreversível, sendo as áreas mais afectadas as ilhas Canárias, o Sul e a costa mediterrânica.

Dos 506.061 quilómetros quadrados ocupados pela Espanha no mapa, um total de 159.337 estão actualmente sob forte risco de desertificação, adiantou, por sua vez, o ministério do Ambiente espanhol.

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Especialmente nas regiões de Múrcia, Valência e Canárias, por exemplo, o risco de desertificação é alto ou muito alto: em Múrcia é de 99,09 por cento, na Comunidade Valenciana, de 93,04 por cento, e nas Canárias, de 90,48 por cento, segundo a mesma fonte.

«Africanização do clima»

As regiões da Galiza, Astúrias e Cantábria (norte) são os territórios menos afectados pelo problema.

«O país já iniciou uma clara africanização do clima», alertou um estudo que a organização ecologista Greenpeace elaborou para a Conferência da ONU.

A acção do homem em actividades como a exploração intensiva dos recursos hídricos, a destruição indiscriminada de mato, a agricultura intensiva, os incêndios e o crescimento acelerado da construção de imóveis são alguns dos factores responsáveis pelo processo.

Após assinar a Convenção da ONU para a Luta contra a Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), que entrou em vigor em 1996, a Espanha encontra-se a elaborar um Plano Nacional contra a Desertificação para determinar factores e as medidas necessárias para combater o problema.

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