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Emissões de CO2 aumentou 35 por cento

As emissões de gases de efeito de estufa registaram nos primeiros sete meses do ano um aumento de 35 por cento em Portugal

As emissões de gases de efeito de estufa em Portugal registaram nos primeiros sete meses deste ano um aumento de 35 por cento, face a período homólogo de 2004, revela hoje um estudo da QUERCUS.

De acordo com o documento, a que a Agência Lusa teve acesso, as alterações climáticas, a seca, os incêndios e o elevado consumo de electricidade são os principais causadores do aumento de emissões poluentes em Portugal, entre Janeiro e Julho de 2005, considerado o ano com maior número de ondas de calor desde 1940.

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Baseando-se em dados disponibilizados pela Rede Eléctrica Nacional, a QUERCUS (Associação Nacional de Conservação da Natureza) realizou um conjunto de cálculos envolvendo as emissões de gases de efeito de estufa das diferentes centrais termoeléctricas.

Concluiu que, devido à quebra em 55 por cento neste período por comparação com o período homólogo de 2004 do total de produção hídrica, as emissões de dióxido de carbono equivalente aumentaram 35 por cento.

Portugal assenta grande parte da sua produção eléctrica na componente hídrica, pelo que a seca está a obrigar a uma maior produção recorrendo às centrais térmicas a carvão, gás natural e fuel- óleo, acrescenta o documento.

Para que a emissão de dióxido de carbono seja reduzida, a QUERCUS exige medidas de fundo ao nível do abastecimento de água, das culturas agrícolas, da construção de edifícios, do investimento na poupança de energia e nas energias renováveis.

Considera ainda ser necessário um programa de conservação de energia a par de uma aposta combinada em todas a energias renováveis, bem como uma análise que pondere os impactos ambientais.

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De acordo com os dados disponibilizados, a produção de electricidade por fontes renováveis representou apenas 13 por cento do consumo total, entre Janeiro e Julho de 2005, enquanto o consumo de electricidade correspondeu a cerca de 20 por cento do consumo de energia final em Portugal, "muito acima da evolução do Produto Interno Bruto, o que obriga a uma maior produção e consequentes emissões poluentes".

A QUERCUS alerta ainda para as previsões que apontam para um clima mais quente em Portugal, explicando que a temperatura tem tido uma tendência crescente desde 1970, a precipitação tem vindo a decrescer nos últimos 70 anos e, como consequência, o aumento da temperatura média será de quatro a sete graus entre 1990 e 2100.

Adianta que os eventos extremos, a seca verificada e as várias ondas de calor (uma onda de calor em 1981, uma em 1991, outra em 2003 e três em 2005), constituem também "um sintoma das alterações climáticas que perspectivam um futuro difícil".

Os incêndios em Portugal, sublinha o comunicado, contribuem igualmente para o aumento da emissão de gases de efeito de estufa, tendo sido responsáveis pela emissão de quase seis por cento em 2003, cenário que se poderá verificar novamente em 2005.

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