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Deficientes motores e auditivos recebem ajuda de animais

Reportagem: Abrir portas, retirar objectos das gavetas, acender luzes ou alertar para o choro de um bebé, são algumas das habilidades que os cães de assistência conseguem fazer. Lei ainda não autoriza a presença destes animais em muitos locais

A nimas - Associação Portuguesa para a intervenção com Animais de Ajuda Social - surgiu há cerca de três anos. Sem quaisquer fins lucrativos, tentam promover não só a terapia assistida por animais, como também a cedência gratuita de a pessoas com deficiências motoras. é o segundo animal cedido pela nimas. «Neste momento temos mais duas pessoas à espera», conta Liliana de Sousa, presidente da associação. Também pessoas com incapacidades auditivas podem beneficiar da presença destes cães. «São treinados para alertar caso um bebé chore ou toquem campainhas e alarmes.» A selecção dos novos donos passa pela «avaliação das suas condições de saúde e do meio ambiente em que se inserem», explica a presidente da nimas. Quem recebe um compromete-se a assegurar todos os custos de alimentação, consultas médicas e bem-estar do animal. Ana Isabel pretende ser acompanhada por 24 horas por dia. «Na faculdade foram compreensivos e autorizaram a presença dela mas sei que noutros sítios poderei vir a ter dificuldades.» Embora estes cães sejam uma mais-valia ainda não estão previstos na lei. «A legislação apenas contempla os cães-guia, a autorização destes animais em locais públicos ainda depende da compreensão e boa vontade das pessoas», alerta a presidente da nimas. Outra vertente desenvolvida pela associação é a terapia assistida por animais. «Um psicólogo pode requisitar a presença de um cão para o tratamento de casos específicos como já aconteceu, por exemplo, com crianças autistas», esclarece Liliana de Sousa. Os fazem ainda programas de actividades em lares de terceira idade, hospitais e escolas de ensino especial, sempre acompanhados por um técnico da nimas. «A interacção com o animal é positiva e leva bem-estar a quem é visitado», acrescenta. Para que «mais pessoas tenham acesso a », a nimas está a programar o primeiro curso em Portugal, destinado à formação de , cão e voluntário, que pretendam desenvolver actividades assistidas por animais. As aulas são em Oliveira de Azeméis e tem a duração de três meses.

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A partir desta quinta-feira Simba vai fazer parte da vida de Ana Isabel, uma jovem de 22 anos, que sofre de uma doença neuro-muscular que lhe impede a mobilidade.

Ter um cão é algo normal, mas Simba marca a diferença com as suas habilidades de cadela de assistência. «Embora eu sempre tenha tentado ser independente, ela vai ajudar-me em pequeninas coisas que antes precisava de pedir a alguém», conta a jovem estudante de direito.

Acender luzes, abrir portas e gavetas, recolher objectos do chão, despir certas peças de roupa e puxar a cadeira de rodas são algumas das funções para que foi treinada. «A Simba é muito esperta, está sempre atenta aos meus movimentos», explica Ana Isabel.

cães de assistênciaSimbacão de assistência

Os cães mais utilizados são os Labrador Retriever e os Golden Retriever devido à sua «elevada capacidade de concentração e carácter dócil». No entanto, nem todos os animais destas raças podem tornar-se cães de assistência. A avaliação e treino começam quando são ainda muito pequenos. «São feitos vários testes para ver se são animais equilibrados. Não podem ser nem submissos nem dominantes e têm de demonstrar interesse precoce pela interacção com os humanos», explica Liliana de Sousa. «São treinados durante dez a doze meses e, antes de serem dados, têm um período de acoplamento com os novos donos.»

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«A fase de adaptação correu muito bem, fizemos um esforço mútuo para lidarmos uma com a outra», relembra a jovem. «Neste momento temos uma amizade muito forte e ela já faz parte da família.»

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