António Costa continua a manter o objetivo e a advogar a necessidade da maioria absoluta para o PS governar o país, embora faça questão de frisar que essa condição não é sinónimo de "autossuficiência política". Não quer, garante, "que se acrescente instabilidade política à atual instabilidade financeira".
Maioria absoluta não é autossuficiência política mas, ao mesmo tempo, Costa recusa o conceito de "arco governativo" limitado ao PS, PSD e CDS. Os ânimos têm, de resto, estado cada vez mais exaltados entre os socialistas e os outros dois partidos.
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Numa entrevista à SIC, voltou a desdramatizar a última sondagem em que a coligação que sustenta o atual Governo ultrapassou, pela primeira vez, o PS nas intenções de voto.
"Grande parte das pessoas determina o seu sentido de voto na fase final da campanha eleitoral. A mais recente sondagem [da Universidade Católica] apresenta um elevadíssimo número de indecisos (cerca de 26 por cento) e o conjunto da coligação de direita atingiu praticamente os seus mínimos históricos, enquanto o PS tem à sua esquerda cerca de 20 por cento do eleitorado, distribuídos entre vários partidos", afirmou, depois de confrontado com o facto de ter criticado no ano passado o anterior líder do partido, António José Seguro, por ficar satisfeito por vencer por pouca margem as eleições europeias.
"Acho que o PS tem feito ao longo destes meses aquilo que lhe compete fazer e continuo a pensar exatamente o mesmo: O país precisa que o PS vença as eleições e que vença com maioria - uma maioria absoluta, que é uma condição de estabilidade e de governabilidade"
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"Aumentar a progressividade significa que os que têm maior capacidade contributiva vão pagar mais e os que têm menor capacidade contributiva vão pagar menos. A política deste Governo foi devastadora para a classe média, que paga tudo com os seus impostos. Com o esmagamento dos escalões, foi o setor que teve o maior aumento da carga fiscal"
Já quanto à data em que prefere as eleições legislativas, é-lhe "indiferente" a opção entre 27 de setembro ou 4 de outubro. Preferia que o ato eleitoral se tivesse realizado quando o Governo completou agora quatro anos de legislatura.
A Comissão Política Nacional vai reunir-se dia 21 de julho para aprovar as listas de candidatos socialistas a deputados nas próximas eleições legislativas. O programa eleitoral, esse, já foi divulgado.
O caso Sócrates também foi abordado, com Costa a fazer questão de vincar que, no caso da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, tem de haver uma absoluta separação tanto entre vida privada e pública, como entre os poderes político e judicial.
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