Mais de 200 crianças até aos dez anos foram vítimas de maus tratos físicos ou psicológicos durante todo o ano de 2006, segundo dados da Associação de Apoio à Vítima, citados pela Lusa.
Criada em 1990, a APAV visa proteger e apoiar vítimas de crimes e/ou os seus familiares e amigos e dispõe de uma rede nacional de catorze gabinetes de apoio à vítima, duas casas de abrigo para mulheres e crianças vítimas de violência e uma Unidade de Apoio à Vítima Imigrante e de Discriminação Racial ou Étnica (UAVIDRE).
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Durante o ano de 2006, a associação recebeu um total de 7.935 processos e acompanhou 6.772 vítimas, que foram alvo de 15.758 crimes.
Do total de crimes muitos foram registados contra crianças e jovens.
Segundo os dados, um total de 249 crianças entre os zero e os dez anos foram vítimas de maus tratos físicos ou psicológicos, o mesmo acontecendo com 244 crianças e jovens com idades entre os 11 e os 17 anos.
Agressores menores de idade
Relativamente ao agressor, a APAV registou dois casos em que o agressor tinha menos de dez anos e outros 41 em que tinha entre 11 e 17 anos.
Em 2005, os dados da APAV revelavam que em cada dois dias uma criança era vítima de maus tratos em Portugal e uma em cada quatro tinha menos de três anos de idade.
Os dados estatísticos sobre os processos de apoio a menores vítimas de violência doméstica daquela associação revelaram que entre Janeiro e Setembro de 2005 foram identificados em todo o país 142 casos de maus tratos a crianças com menos de dez anos.
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Estes dados traduzem uma média de quatro crianças maltratadas por semana.
Mais de metade das vítimas (81) tinha entre seis e dez anos, um quarto (33) tinha menos de três e as restantes (28) tinham quatro e cinco anos.
Os dados da APAV apontam ainda para 153 casos de violência doméstica contra jovens entre os 11 e os 17 anos.
Os actos praticados contra estas crianças e jovens foram principalmente maus tratos psíquicos, logo seguidos de maus tratos físicos.
Pais e mães são os principais agressores
Os autores dos crimes de violência doméstica contra os menores são principalmente o pai e a mãe (73,2 por cento).
O padrasto ou a madrasta surgem em segundo lugar como autores de maus tratos, em 10,5 por cento das situações identificadas pela APAV.
Em 3,1 por cento dos casos, o agressor foi outro familiar, enquanto os avós e os conhecidos surgem como autores das agressões em 1,4 por cento das situações.
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