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Apito: Morgado recupera casos

Procuradora está a analisar os processos arquivados relativos a Pinto de Costa e a alegada oferta de favores sexuais aos árbitros, bem como o caso que envolve Valentim Loureiro e empresários da construção. Magistrada também investiga a fuga de informação na PJ e o caso Sousa Cintra

A procuradora-geral adjunta Maria José Morgado pediu o processo de Pinto da Costa relativo ao jogo F.C. Porto-E. Amadora, envolvendo a alegada oferta de favores sexuais de prostitutas aos árbitros, bem como o caso das supostas ligações entre Valentim Loureiro e os empresários da construção Joaquim Camilo e Alberto Couto, segundo apurou o PortugalDiário. Os processos foram arquivados pelo DIAP do Porto, em 2006, mas a equipa liderada pela magistrada quer agora analisá-los. Estes apenas poderão ser reabertos mediante a recolha de novos elementos de prova.

Recorde-se que no caso sobre Pinto da Costa, relativo a corrupção desportiva, eram ainda arguidos o árbitro Jacinto Paixão, o administrador da SAD Reinaldo Teles e o ex-árbitro António Garrido, bem como o empresário de futebol António Araújo. No livro «Eu, Carolina», publicado em Dezembro, a ex-companheira de Pinto da Costa refere que «o Araújo funcionava como uma ponte entre o Jorge Nuno, o Reinaldo e os árbitros, disponibilizando-lhes simpatias, tais como raparigas e outros bens, a que, em código, davam o nome de «fruta» e de «café com leite».

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O caso respeitante às supostas ligações entre Valentim Loureiro e os empresários da construção, arquivado em Abril de 2006 pelo DIAP do Porto, relaciona-se com o alegado favorecimento destes empresários na atribuição de empreitadas, relacionadas com a Câmara de Gondomar e com o Metro do Porto, em troca de financiamentos para o Boavista, nomeadamente para pagamento dos salários aos jogadores. O caso era considerado um dos mais graves envolvendo o autarca de Gondomar. O inquérito decorreu no DIAP do Porto que concluiu pela inexistência de indícios de tráfico de influências ou de corrupção.

Processo de Sousa Cintra nas mãos de Morgado

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, a magistrada que lidera a equipa criada para coordenar a investigação dos casos extraídos do processo «Apito Dourado» [em fase de instrução no Tribunal de Gondomar] avocou ainda o processo de Sousa Cintra relativo às alegadas pressões de Valentim Loureiro junto de decisores políticos, com vista o obter o licenciamento de uma casa que o ex-presidente do Sporting estava a construir no Algarve. Este caso continua na fase de inquérito.

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Também o processo relativo à suposta fuga de informação dentro da PJ que permitiu avisar o presidente do FCP de um mandado de busca à sua casa, em Dezembro de 2004, passou para a alçada da equipa de Morgado. O processo foi aberto no DIAP do Porto, antes mesmo de Carolina Salgado ter afirmado no seu livro que o advogado informou que «uns sujeitos de Lisboa tinham um mandado para fazer buscas em nossa casa, na casa do Reinaldo Teles e na casa do António Araújo».

Igualmente a ser investigados pela equipa da procuradora-geral adjunta estão os processos das agressões ao ex-vereador socialista Ricardo Bexiga, bem como o caso relativo ao falseamento das classificações dos árbitros. A ex-companheira de Pinto da Costa diz no livro «Eu, Carolina» que o líder do FCP lhe teria dado 10 mil euros em dinheiro para pagar aos homens que esta contratou para executarem a agressão ao alegado responsável pelo arranque das investigações do «Apito Dourado».

A certidão relativa às classificações viciadas de árbitros, respeitante às épocas 2002/03 e 2003/04, refere que «mais do que a qualidade pessoal de cada árbitro era tido em conta os interesses das associações distritais e regionais de futebol». O processo tem largas dezenas de arguidos, entre dirigentes desportivos, observadores e árbitros.

Maria José Morgado esteve esta quinta-feira reunida, no Porto, com os magistrados das várias comarcas do distrito que investigam a maioria das certidões extraídas do «Apito Dourado». Fonte judicial referiu ao PortugalDiário que a reunião serviu essencialmente para a coordenadora delinear uma «uniformização de procedimentos» em relação aos vários processos.

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