A maré já recuou na praia de Esmoriz, de onde hoje foram retirados alguns habitantes de casas em que a água entrou, uma situação que o presidente da Câmara de Ovar afirma ter previsto, noticia a Lusa.
Rupturas na muralha de defesa da costa provocadas pela maré forte de terça-feira levaram a que pelas 18:00 de hoje a água chegasse a algumas casas na praia, que os habitantes procuraram proteger com telhas e sacos de areia.
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O risco de a maré voltar a aproximar-se das casas mantém-se, uma vez que a próxima preia-mar se verifica às 03:00 de sexta-feira.
O presidente da Câmara de Ovar, Manuel Oliveira, disse à Agência Lusa que desde 2005 que vem alertando para o risco de rupturas na muralha e referiu que na terça-feira contactou o Instituto da Água a dar conta dos rombos na muralha.
Manuel Oliveira afirmou ter hoje falado com a Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e foi informado que o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional virá a Esmoriz ainda esta noite.
«Já chega de análises, é preciso acção» para repor e conservar a estrutura de defesa costeira, defendeu o autarca, que deu indicações à Protecção Civil Municipal para alojar e proteger as pessoas em risco.
Algumas pessoas das casas mais directamente ameaçadas foram aconselhadas a sair das habitações e passar a noite num hotel, providenciado pela autarquia, mas houve quem preferisse ficar.
«Já tive água em casa antes, andei no mar toda a vida e não tenho medo», afirmou um dos que preferiu ficar, Alberto Oliveira Carapuço, de 64 anos. «Estou à espera que resolvam a ruptura no paredão e vivo com minha mulher. Ela tem medo mas diz que fica comigo», acrescentou.
Alberto Carapuço afirmou que a água entrou cerca das 18:00, mas referiu que «já estava à espera» e que a maré «não estragou nada». «Para a frente, vamos ver», rematou.
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