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CGTP quer no banco dos réus quem levou o BES à falência

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Arménio Carlos defende a responsabilização «política e criminal» de todos os intervenientes no processo e aconselhou o Governo a «desacelerar» a venda do Novo Banco

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu hoje a responsabilização «política e criminal» de todos os intervenientes no processo de «falência» do Banco Espírito Santo e aconselhou o Governo a «desacelerar» a venda do Novo Banco.

«O processo [de venda do Novo Banco] está a desenrolar-se de uma forma que consideramos inadmissível. Há da nossa parte uma preocupação acrescida em relação aos seus trabalhadores e à manutenção dos seus postos de trabalho. Além disso, se este banco for vendido à pressa e sem garantias é mais do que evidente que depois a fatura vai ser apresentada ao erário público», sublinhou o líder da CGTP.

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Arménio Carlos, que falava à agência Lusa, durante uma ação de protesto, em Lisboa, contra a venda do Novo Banco e da Tranquilidade criticou, desta forma, o processo e defendeu a assunção de responsabilidades de todos os intervenientes no processo do BES.

«Pensamos que é o momento necessário para avançar não só com a responsabilização política daqueles que deram origem a este processo, mas também com a responsabilização criminal daqueles que tiveram no centro das decisões que levaram o BES à falência», sublinhou.

A ação de protesto, que juntou cerca de três dezenas de pessoas, foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira e pelo Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins.

No início de agosto, o Banco de Portugal (BdP) tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau (bad bank), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES.

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No banco bom, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

O Novo Banco foi capitalizado com 4.900 milhões de euros através do fundo de resolução bancário, gerido pelo Banco de Portugal e em que participam as instituições de crédito a operar em Portugal. Deste valor, 3.900 vieram de um empréstimo de dinheiro público e o restante de um também empréstimo de um sindicato bancário.

Após a renúncia de Vítor Bento, o Novo Banco é agora liderado por Eduardo Stock da Cunha, cuja uma das missões é preparar o banco para a alienação.

A Espírito Santo Financial Group (ESFG), que está sob gestão controlada no Luxemburgo, controla a 100% a Tranquilidade, mas deu a seguradora como penhor ao BES como colateral de uma dívida a esta instituição.

Com a divisão do BES em bad bank e Novo Banco, o Banco de Portugal esclareceu que os direitos de crédito do BES sobre a ESFG, garantidos pelo penhor da Tranquilidade, já que o banco liderado por Vítor Bento fica com o direito de ser reembolsado desse crédito.

Assim, o Novo Banco avançou com a venda da Tranquilidade à Apollo Managment International, fundo norte-americano que também esteve na corrida à reprivatização das seguradoras da Caixa.

Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que os norte-americanos da Apollo pretendem investir cerca de 200 milhões de euros para ficar com a Tranquilidade, um valor que inclui uma injeção de 140 milhões de euros na seguradora.

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