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30 animais apreendidos em exploração pecuária

Autoridade da Segurança Alimentar e Económica atenta à engorda ilegal de animais

Cerca de 30 animais foram esta quinta-feira apreendidos pelas autoridades numa exploração pecuária em Alcochete devido à falta de identificação obrigatória, numa inspecção que visou sobretudo detectar substâncias ilegais para engorda, refere a Lusa.

Inspectores da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) visitaram hoje uma exploração pecuária em Rilvas, concelho de Alcochete, com mais de 200 animais, por «suspeitas fortes» de que estejam a ser administradas substâncias promotoras do crescimento, que são ilegais.

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Durante a operação, inserida num conjunto de acções para assinalar o Dia Mundial do Consumidor, os técnicos da ASAE recolheram amostras de água, ração, pêlo e urina dos animais que, dentro de duas semanas, poderão revelar se as suspeitas se confirmam.

«Estas substâncias obtêm-se através do mercado negro. Em termos de saúde pública, estas substâncias podem ter efeitos cancerígenos», disse o vice-presidente da ASAE, Pedro Picciochi, durante a inspecção.

Pedro Picciochi reconheceu que possa existir alguma pressão para que os produtores ponham no mercado carne com menos gordura: «o consumidor de algum modo habituou-se a carne sem gordura e pode haver pressão junto dos produtores para oferecerem carne com menos gordura».

As autoridades têm conhecimento de que algumas das substâncias ilegais para promover o crescimento são fabricadas em países de leste e depois distribuídas a nível europeu.

Se o tecto cair em cima dos animais «não há qualquer problema»

Também as condições físicas da exploração em Alcochete preocuparam a equipa de inspecção, nomeadamente o tecto muito degradado, com placas a cair e bastante enferrujadas, uma situação que o responsável da exploração desprezou.

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«Não tem qualquer problema. Se as placas caírem em cima dos animais não há qualquer problema», respondeu João Correia, responsável da exploração, quando questionado pelos jornalistas, alegando ainda que uma remodelação das instalações seria muito dispendiosa.

Na sequência da inspecção, 30 animais ficaram apreendidos por não terem o brinco de identificação que permite ajudar a fazer o rastreio do produto.

O responsável pelos animais contestou esta obrigatoriedade, justificando que a colocação do brinco atrai larvas que provocam infecções nos animais.

Apesar de os inspectores explicarem que há produtos para desparasitar e desinfectar, João Correia considerou que tem tido a postura correcta em relação aos animais.

O proprietário diz ter «tudo regularizado» e negou usar substâncias ilegais para fazer engordar os animais.

O secretário de Estado da Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, esteve presente nesta acção de fiscalização e destacou que a segurança alimentar é «uma das grandes preocupações» da ASAE.

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