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Tensão nas ruas do Rio de Janeiro

Fotos: Autoridades estão em alerta depois de ataques que fizeram 18 mortos

Os ataques da última madrugada no Rio de Janeiro, que provocaram a morte de 18 pessoas e ferimentos em 22, deixaram nas ruas da cidade brasileira um clima de tensão. Mesmo com um aumento substancial do policiamento. Até ao momento, não há registo de cidadãos portugueses envolvidos nos incidentes, em que foram incendiados sete autocarros e atacados elementos das forças de segurança.

Milton Araújo, funcionário do consulado português no Rio de Janeiro, disse ao PortugalDiário que o ambiente que se vive nas ruas da cidade brasileira está longe da tranquilidade. «Há alguma tensão nas ruas. Os incidentes já duram desde anteontem e as rondas de policiamento foram reforçadas. Há mais polícias cá fora», explicou, referindo que «as pessoas estão um pouco amedrontadas».

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O funcionário disse ainda que as autoridades recomendaram «precauções especiais à população» para que esta não se exponha demasiado, «apesar de haver mais polícia nas ruas».

Carlos Fino, adido de imprensa da embaixada portuguesa em Brasília, referiu ao PortugalDiário que, de acordo com as últimas informações recolhidas, não há notícia de cidadãos portugueses envolvidos nos incidentes.

18 mortos e 22 feridos

De acordo com jornal brasileiro Globo online, os ataques, que fizeram 18 mortos e 22 feridos, ocorreram em vários pontos da cidade durante a madrugada desta quinta-feira e continuaram durante a manhã.

A agência Lusa noticia que ao todo foram registados 14 ataques e incendiados sete autocarros. Num deles morreram carbonizadas sete pessoas.

Em comunicado, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro deu conta da detenção de três suspeitos do envolvimento no incêndio de dois autocarros, após terem sido identificados por uma testemunha. «Estão com as mãos queimadas e não apresentaram justificativas para tais ferimentos», refere a nota.

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O primeiro incidente ocorreu ao início da madrugada, quando oito homens armados interceptaram dois autocarros que passavam perto de uma favela. Segundo testemunhas citadas pelo Globo online, os indivíduos entraram no veiculo e, sem dar tempo às pessoas para saírem, espalharam gasolina pelos bancos e atearam o fogo.

Uma instalação da Polícia Militar também foi atacada por dois homens. De acordo com um comunicado da força policial, ambos foram mortos na troca de tiros. «Dois marginais tentaram atacar uma cabine da Corporação. Efectuaram disparos e houve uma pronta resposta. Os dois vieram a falecer», lê-se na nota.

Noutro ataque, na região da Barra da Tijuca, dois polícias militares foram mortos. Um outro polícia terá também sido morto com vários tiros, na zona sul da cidade.

Sem acordo

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, os ataques estavam a ser planeados há dois meses pelos criminosos, em represália pelas acções da Polícia Militar em algumas favelas.

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De acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Precioso, citado pela Lusa, os ataques foram motivados pela insatisfação nos presídios com a troca de governo, face à possibilidade de um regime disciplinar mais severo nas prisões.

Contudo, esta opinião não é partilhada pelo secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, segundo o qual a violência resulta da união de bandos criminosos contra o aumento de grupos paramilitares, designados milícias e que são constituídos por polícias que têm actuado contra traficantes nas favelas.

O policiamento no Rio de Janeiro foi reforçado devido a esta onda de violência, numa altura em que a cidade está a receber muitos turistas para a famosa festa de fim-de-ano que se realiza nas areias da praia de Copacabana. O contingente de segurança é agora composto por 14.234 polícias militares.

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