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Grandes quantidades de ozono destruídas

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Observatório em Cabo Verde registou fenómeno sobre o Atlântico tropical

Grandes quantidades de ozono estão a ser destruídas nas camadas baixas da atmosfera sobre o Atlântico tropical, segundo medições realizadas no primeiro ano de existência do Observatório Oceano-Atmosférico de Cabo Verde, na ilha de São Vicente, escreve a Lusa.

As quantidades de ozono em causa equivalem a mais de metade do que os mais avançados modelos climáticos mundiais previam.

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Esta notícia surpreendente consta de um estudo publicado esta quarta-feira, na revista Nature, por cientistas britânicos, alemães e cabo-verdianos, nomeadamente o geofísico Bruno Faria e o responsável pela Estação Atmosférica do Calhau, em São Vicente, Luís Mendes.

A descoberta tem um significado particular porque o ozono actua como gás com efeito de estufa nas camadas mais baixas da atmosfera e porque a sua destruição implica também uma remoção do terceiro mais abundante desses gases, o metano.

Os cientistas chegaram a estas conclusões depois de analisarem o primeiro ano de medições do Observatório Oceano-Atmosférico do Atlântico Tropical Nordeste, montado recentemente ao abrigo de uma parceria de programas científicos britânicos e alemães com duas instituições cabo-verdianas, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) e o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP).

Ozono ao nível mais baixo

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Ozono mata, confirma estudo

Alertados pelos dados registados no Observatório, os cientistas recorreram a um avião de investigação para fazer medições na atmosfera em diferentes altitudes e em pontos mais afastados do Atlântico tropical, tendo esses resultados confirmado os que tinham sido detectados em terra sobre importantes perdas de ozono em toda a área.

O Observatório registou a presença dos químicos bromina e iodina sobre o oceano daquela região graças a instrumentos desenvolvidos na Universidade de Leeds, no Reino Unido.

Esses químicos, produzidos por vaporizações do mar e emissões do fitoplâncton (plantas microscópicas do oceano), atacam o ozono, destruindo-o, sendo que nessa reacção se produz um químico que também ataca e destrói outro gás com efeito de estufa, o metano.

Ainda não se podia monitorizar a zona

Até agora não tinha sido ainda possível monitorizar a atmosfera daquela região ao longo do tempo devido à sua inacessibilidade física.

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Segundo os cientistas, a introdução desta nova química nos modelos climáticos permitirá obter estimativas muito mais certeiras do ozono e do metano na atmosfera e melhorar futuras previsões climáticas.

Boa notícia

«Neste momento é uma boa notícia a destruição de mais ozono e metano do que se julgava, mas nada nos garante que o Atlântico tropical seja um "esgoto" permanente do ozono» - afirmou o Prof. Alastair Lewis, especialista em composição atmosférica no Centro Nacional para a Ciência Atmosférica (NCAS) do Reino Unido e principal autor do estudo.

O Observatório Oceano-Atmosférico de Cabo Verde enquadra-se no estudo internacional SOLAS (Surface Ocean-Lower Athmosfere Study), cujo objectivo é melhorar a compreensão das interacções ar-mar e o seu efeito no clima.

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