A anunciada suspensão da instalação da fábrica de baterias para automóveis eléctricos da Nissan em Cacia, Aveiro, é considerada pelos vizinhos da unidade industrial como uma triste prenda de Natal.
«Estou tristíssima, estava a contar com o ovo no cu da galinha e a galinha não o pôs», disse esta terça-feira Laura Santos, proprietária do restaurante Retiro São José, situado nas proximidades.
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Laura Santos lamenta a decisão, numa altura de crise, e considera-a uma prenda de Natal «tristíssima» para o negócio que gere há 23 anos, animado pelos trabalhadores da empresa construtora e cujas expectativas, em 2012, também passavam pela entrada em funcionamento da nova unidade industrial.
A Nissan anunciou segunda-feira a suspensão da instalação em Cacia da fábrica de baterias para automóveis eléctricos, um investimento de 156 milhões de euros que previa a criação de cerca de 200 postos de trabalho.
Do exterior, é possível ver um pavilhão em tons claros, praticamente pronto, onde ainda decorrem alguns trabalhos.
Já Francelina Moreira considera injusta a suspensão, lembrando os anunciados 200 postos de trabalho que, na sua opinião, ajudariam à criação de emprego na região de Aveiro.
«Não é justo o que fizeram, acordaram tudo com o nosso Governo e com a fábrica e agora fizeram uma coisas destas. Estava muita gente a contar com este emprego», lamentou.
Também José Calisto, que habita há 40 anos em frente ao novo pavilhão da fábrica, considera «mau» para a economia da região a suspensão do investimento da firma japonesa.
«Está mal feito, o Governo havia de pensar bem, gastou-se ali tanto dinheiro, e agora suspende-se, acho que não está certo», declarou.
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