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Autarca acusado de sequestrar

Requeixo: presidente foi a tribunal por ter «sequestrado» mulher de antecessor

O presidente da Junta de Freguesia de Requeixo, Aveiro, detido terça-feira por alegado sequestro da mulher do seu antecessor, saiu em liberdade sujeito a termo de identidade e residência, e nega a acusação.

A mulher do antigo presidente da Junta de Freguesia, Armanda Jorge, dirigiu-se ao início da manhã de terça-feira à sede da Junta de Requeixo, para falar com o presidente, Sesnando Alves, que a recebeu, protestando por este ter ordenado a limpeza de uma zona que alega ser sua propriedade.

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Sesnando Alves afirma que apenas deu instruções aos funcionários para limparem os caminhos, sem indicar especificamente o que Armanda Jorge diz ser seu, mas salienta que desde há anos é usado pela população para aceder a uma fonte.

Os ânimos exaltaram-se e o autarca mandou chamar a GNR, que acabou por detê-lo por alegado sequestro. «Disse-me que já não saía dali até chegar a GNR e fechou a porta de vidro até chegar a guarda. Foi até um agente que me disse que podia fazer participação por sequestro, mas na GNR de Aveiro esclareceram-me que não era preciso por se tratar de um crime público», relatou à Lusa Armanda Jorge, que acabou por apresentar queixa por invasão da propriedade privada.

Sesnando Alves foi levado sob detenção e apresentado em tribunal pelo crime de sequestro e, após ser ouvido, saiu sob termo de identidade e residência. Em declarações à Lusa, o presidente da junta de freguesia negou que tivesse a intenção de sequestrar Armanda Jorge, e afirma tratar-se «de uma montagem» para o denegrir, acusando o seu adversário nas últimas eleições autárquicas de não se ter conformado com a derrota.

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«Não tive intenção de sequestrar a senhora, nem o podia fazer, pela simples razão de que a porta da Junta [onde alegadamente ocorreu o sequestro] só fecha à chave por fora e eu estava lá dentro», disse à Lusa. O autarca relatou que chamou a GNR porque a senhora, após uma troca azeda de palavras, se recusou a sair, e explica o facto de ter fechado a porta de vidro como um procedimento habitual, em dias de pagamento de reformas aos idosos.

«Fechamos sempre a porta nessas ocasiões, por razões de segurança, e as pessoas vão entrando uma a uma, mas podem sair quando quiserem porque a porta por dentro está aberta. Foi isso que aconteceu ontem [terça-feira] e tanto assim que, enquanto a senhora aqui permaneceu, entraram quatro pessoas para tratar dos seus assuntos», descreveu.

Armanda Jorge coincide nesta versão quanto à entrada das pessoas, mas disse à Lusa que «desconhecia que a porta se abria por dentro e foi o presidente da Junta que abriu a porta, mesmo para entrar a GNR». «Não tentei sair porque, como não fiz nenhum crime, não tinha que fugir», explicou à Lusa.

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