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Residencial Chiado: abre em breve

Mais de dois milhões de metros quadrados num mega-projecto que promete revolucionar Lisboa. O Tejo irá ver um novo espaço criado para 18 mil pessoas. E não é para ricos: «A Baixa-Chiado não é um condomínio de luxo»

17 700 habitantes. Esta é a cifra a atingir. Na Baixa/Chiado moram actualmente apenas cinco mil. E residem «num «espaço profundamente deprimido e ameaçado». O desafio é potenciar uma zona que é «uma verdadeira oportunidade para Lisboa e para o país». O projecto, que em Março ganhou o rosto, foi hoje apresentado. Maria José Nogueira Pinto quer mais gente a viver no Chiado e quer classe média a habitar uma das zonas mais nobres da capital, mantendo as que fazem desta zona já espaço residencial. Na câmara de Lisboa demonstrou, numa detalhada conferência de imprensa, como é possível responder ao desafio que se propôs como vereadora municipal. Mas atenção: «A Baixa-Chiado não será um condomínio de luxo».

O diagnóstico actual é feio: «desagregação dos modelos de ocupação, precipitada pelo grande incêndio, até perda de competitividade em relação aos novos espaços comerciais, passando pelo efeito depressivo da deslocalização dos residentes e dos serviços».

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Mais de dois milhões de metros quadrados

O objectivo final será atingido numa «mega-operação» que abarca dois milhões e duzentos mil metros quadrados. Nesse espaço, o comissariado de revitalização da Baixa-Chiado quer «construir um espaço com multifunções, vivido e fruído pelo maior número de pessoas, durante o maior número de horas por dia e o maior número de dias por ano».

O espaço de reabilitação conta ainda com a zona do Terreiro do Paço e a ideia de virar a cidade para o Tejo, construindo uma zona pedonal que atraia turistas e lisboetas. Os passeios também serão alargados: mantendo o actual estilo da calçada portuguesa, faixas laterais virão permitir uma utilização mais segura, indo de encontro às críticas que consideram o basalto e granito escorregadios e perigosos, explicou o arquitecto Manuel Salgado que delimitou ainda a área de intervenção deste plano.

Ataque em todas as frentes

«Ambicioso, mas exequível», como lhe chamou Nogueira Pinto, o projecto ataca diversas frentes. Residencial, comercial, hoteleiro, empresarial e com espaços de lazer, o plano preocupa-se ainda com os problemas de trânsito, poluição e ruído.

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O projecto, que sistematizou ideias propostas para esta zona ao longo dos anos, terá de ser aprovado pela autarquia para ter «pernas para andar». Mas a vereadora da habitação não parece preocupada com o fado já costumeiro para onde vão os «planos integrados e estruturantes: a gaveta.

«Não ser um plano totalmente novo dá-nos segurança e o facto de ter sido uma sistematização permite-nos observar um quadro completo». Proposto em duas fases - uma até 2010 e a seguinte até 2013 -, a vereadora do CDS-PP avisa que «14 anos não é nada para requalificar dois milhões e duzentos mil metros quadrados». E o financiamento também não é problema.

Entre o Estado e privados e as receitas de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), a CML espera pagar o empréstimo de financiamento inicial de 125 milhões de euros. O custo total da primeira fase ficará orçado em 642 milhões e a segunda em 463 milhões de euros.

«Não abro mão dos jovens»

Preocupação já conhecida desta vereadora é a especulação imobiliária: «não quero aconteça o mesmo que se vê agora com a habitação de luxo no Chiado. Não tenho nada contra os ricos, mas quero que a classe média tem poder de compra para habitar esta zona nobre da cidade: disso não abro mão», declarou aos jornalistas, quando questionada pelo PortugalDiário sobre a forma como será possível controlar a subida de preço do metro quadrado. «Já reunimos com o Instituto Nacional de Habitação e queremos rendas a preços condicionados para permitir que jovens e classe média possa habitar nesta zona».

A promessa é a de uma revolução nesta Lisboa revisitada que a autarquia prepara com detalhe: são sete projectos para sete colinas, que prometem alavancar o tecido comercial e turístico deste espaço alfacinha.

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