As mais recentes previsões do Banco de Portugal confirmam que a economia nacional saiu da recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer 0,7% este ano e 1,4% em 2011.
Constâncio mais optimista que FMI e Bruxelas
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De acordo com o Boletim Económico de Inverno, divulgado esta terça-feira pelo banco central, «perspectiva-se um crescimento do PIB de 0,7% em 2010 e de 1,4% em 2011, depois de uma contracção de 2,7% em 2009».
Inflação vai voltar a ser positiva
O crescimento deverá assentar no aumento do consumo privado, que deverá crescer 1% este ano - tendo recuado no ano passado 0,9% - e 1,6% em 2011, no consumo público e na recuperação das exportações.
Portugal aproveita retoma mundial
A entidade liderada por Vítor Constâncio avança que o crescimento para este ano e a aceleração que se antecipa para 2011 reflectem «uma recuperação da generalidade das componentes da procura privada», num contexto em que a procura externa dirigida às empresas «deverá ter retomado uma trajectória de crescimento» a partir da segunda metade de 2009.
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Exportações crescem 1,7%
O Banco de Portugal estima que as exportações cresçam 1,7% este ano e 3,2% em 2011, enquanto as importações devem aumentar 0,3% este ano e 2,7% em 2011. Em 2009, as exportações recuaram 12,5% enquanto as importações caíram 10,8%.
Endividamento externo agrava-se
Um dos efeitos negativos da recuperação é o agravemento do endividamento externo, subindo de 8,2% do PIB em 2009 para 9,8% este ano.
No próximo ano, com a economia a reforçar o crescimento, Portugal vai ficar ainda mais endividado e o défice da Balança Corrente e de Capital deverá subir para 11,3% do PIB.
Consumo público desacelera
A actual projecção para Portugal aponta para alguma recuperação da actividade económica (0,7 por cento em 2010), liderada pelas exportações e pelo consumo privado, que em 2009 registou uma queda maior do que a observada em períodos recessivos anteriores.
A actual recessão, em contraste com as anteriores, foi acompanhada pela alta taxa de desemprego, pela dificuldade de criação de novos postos de trabalho e pelas condições precárias mais evidentes no mercado laboral - situações que deverão persistir ao longo deste ano e que deverão levar a uma maior taxa de poupança das famílias, ainda num contexto de elevado nível de endividamento.
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Já no consumo público, para este ano, o Banco de Portugal assume uma «forte desaceleração», ficando-se nos 0,7%, seguida de uma ligeira aceleração em 2011, de onde se presumo que o Orçamento de Estado contenha algumas medidas de contenção da despesa.
Para o Banco de Portugal, «no que respeita às medidas de estímulo orçamental adoptadas em Dezembro de 2008, admitiu-se que estas não seriam renovadas no horizonte de projecção. Esta hipótese condiciona, em particular, o perfil do investimento público, que apresenta uma diminuição em termos reais, quer em 2010, quer em 2011».
Segundo o documento do BdP, «esta evolução admite uma estabilização do número de funcionários públicos, bem como uma desaceleração significativa face a 2009 da despesa (...) com prestações sociais», admitindo que a taxa de desemprego não irá apresentar nova subida significativa.
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